quinta-feira, 24 de setembro de 2015



Esquizofrenia na ponta dos dedos

Esquizofrenia na ponta dos dedos

Cientistas do King’s College de Londres relacionaram o hábito de fumar com o desenvolvimento da esquizofrenia. É o que mostra um estudo publicado na revista científica Lancet Psychiatry. O fumo sempre esteve associado à doença, mas acreditava-se que os pacientes mantinham o hábito apenas para aliviar os sintomas.
Para o estudo, os pesquisadores acompanharam 61 casos de pacientes diagnosticados com esquizofrenia. Após análise, eles perceberam que 57% dos doentes já fumavam antes de seu primeiro surto psicótico. Os resultados sugeriram que a nicotina seria capaz de alterar os níveis de dopamina no cérebro, neurotrasmissor relacionado ao problema.
O estudo mostrou ainda que os fumantes que consomem tabaco diariamente possuem risco aumentado em duas vezes de ter surtos, em comparação com os que fumavam menos. Além disso, aqueles que fumavam desenvolviam a doença, em média, um ano antes.
Para os autores da pesquisa, mais estudos são necessários para confirmar o achado. Eles ressaltaram ainda que a maioria dos fumantes não desenvolve esquizofrenia, mas acreditam que o tabaco representa um risco.
“É muito difícil estabelecer o nexo de causalidade [com este estilo de estudo], o que estamos esperando que isso faça é realmente abrir os olhos para a possibilidade de que tabaco poderia ser um agente causador na psicose, e esperamos que isso irá, em seguida, levar a outras experiências de investigação e clínicos que ajudem a fornecer provas mais firme”, disse James MacCabe, do Instituto de Psiquiatria, Psicologia e Neurociência da Kings.
O distúrbio mental é caracterizado por perda de contato com a realidade, alucinações (audição de vozes), delírios, pensamentos desordenados, índice reduzido de emoções e alterações nos desempenhos sociais e de trabalho. A esquizofrenia afeta cerca de 1% da população mundial. O tratamento é feito com uso de remédios antipsicóticos, reabilitação e psicoterapia. A causa exata do transtorno ainda não é conhecida, mas estudos sugerem que ele seja uma combinação entre fatores genéticos e ambientais.


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