quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Ser bonzinho não ajuda ninguém, nem mesmo você!



O que é ser bonzinho e o que é ser bom? 

O bonzinho é aquele que quer agradar a todos, acaba se sobrecarregando e não conseguindo fazer suas próprias coisas. Gosta do papel de ajudar todo mundo e na hora em que precisa de ajuda não recebe reciprocidade e, com isso, vai acumulando frustrações, raiva e mágoas. 

O papel do bonzinho é um padrão de comportamento ativado na infância, por uma dinâmica familiar disfuncional. A criança aprende a ser boazinha, reprimindo seus sentimentos, por medo da rejeição e do abandono. Esse padrão vai se repetindo e se torna automático. Dessa forma, a pessoa passa a vida sendo a boazinha. Todos a procuram e a sobrecarregam de tarefas que não lhe pertencem, porque ela não sabe dizer não e não sabe colocar limites. 

A título de esclarecimento, o bonzinho, de ambos os sexos, não é, necessariamente, uma pessoa bondosa como todos acreditam e até ela própria. Bondade não tem nada a ver com ser bonzinho.

Ser bom é uma virtude que determinadas pessoas já conquistaram e praticam o bem, naturalmente, sem qualquer dificuldade. Quando a pessoa é boa, coloca limites saudáveis, não faz pelo outro aquilo que ele pode fazer por si mesmo; não agrada, mas coloca sua posição de forma assertiva e respeitosa. Não dá tudo que os outros pedem, nem mesmo para os filhos, pois tem o bom senso. 

O bonzinho pensa que é bom, mas não é. Ele mostra uma face externa que não corresponde àquilo que realmente pensa, sente e gostaria de expressar. Pensa que está ajudando ao agradar a todos, mas, na verdade, está interferindo negativamente no crescimento dos outros. Ao fazer tudo que os outros lhe pedem, deixa de expressar seus verdadeiros sentimentos, para reforçar seu papel de bonzinho e ganhar elogios. Esse é o ganho psicológico que recebe, a um custo muito grande: sua própria energia e tempo dissipados.

Muitos pais acreditam que dando tudo que o filho pede, ou fazendo tudo por ele, estão amando-o, mas, na realidade, essa atitude não é de amor. Esse filho não vai aprender a ter limites saudáveis. Não aprende a distinguir o que pode do que não pode e não realiza tarefas de que já é capaz. Infelizmente, cresce com muitas dificuldades psicológicas e emocionais que vão influenciar negativamente no desenvolvimento saudável de sua vida.

Há filhos que se tornam o bonzinho da família. Fazem tudo por todos. Acham que por ganharem mais devem suportar toda a família nas costas. Vivem atendendo a pedidos de todos e, muitas vezes, mesmo sem ser solicitados já estão presenteando, doando e fazendo tarefas. Com essa atitude são muito elogiados, mas em seu mundo interno estão desgostosos com essa dinâmica. Chega um momento em que adoecem. Não aguentam mais e devem buscar ajuda para poderem se reestruturarem para uma vida mais saudável.

Sugestões:
  1. aprenda a dizer não quando for necessário. 
  2. Aprenda estratégias para adiar a aceitação de convites e tarefas que lhe passam. 
  3. Reflita antes de dizer sim para os outros. 
  4. Coloque limites saudáveis, preservando seu tempo e energia. 
  5. Aprenda habilidades de comunicação eficaz e assertiva. 
  6. Coloque-se sempre em primeiro lugar. 
  7. Primeiro, as prioridades de sua vida. 

Ajudar os outros é nobre e recompensador, mas fazer pelos outros aquilo que lhes cabe só causa mal, para ambos. Com essa atitude, você não permite que o outro cresça, com os desafios naturais da vida. Liberte-se desse padrão disfuncional e viva mais feliz. Cuide bem de você.

Anete L. Blefari
Psicoterapeuta Holística e Master Coach


anete@institutoessencial.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário