sexta-feira, 29 de julho de 2016



 ‘UM OLHAR SOBRE O COMPORTAMENTO HUMANO'

8. CULPA E RESPONSABILIDADE






Culpa engessa 
Responsabilidade move


A culpa encabeça esta narrativa porque no meu entendimento, se o ser humano não sofresse com o esmagamento provocado por ela,  não teria a chance de chegar à noção de responsabilidade.  Sem culpa – sem responsabilidade!  A exemplo dos psicopatas que nada lhes pesa, de nada se arrependem e não se sentem responsáveis.

Culpa está intrinsecamente ligada a ‘crime e castigo’,  preso num círculo/ciclo vicioso de remorso e impotência - de não ter feito melhor (que ainda não sabe que naquele momento não podia mesmo!). Até quando ninguém nos castiga, procuramos um carrasco apto a nos fazer isso.  Começamos a vida com a leve culpa, de querer um lugar semelhante ao que tínhamos enquanto estávamos no útero de nossa mãe, onde a prioridade era nossa e todos os recursos se destinavam a nós.  Fomos egoístas lá dentro e continuamos sendo aqui fora.

Mais tarde, outras culpas vêm até nós por aprendizado, que agregamos às nossas consciências e automaticamente transferimos pras nossas costas.   A medida que o tempo passa, exigimos mais e mais de nossas ações, principalmente quando os resultados acabam não saindo como desejamos ... e nos vemos não portadores de um controle que esperávamos ter! (como ele não é nosso?).  Existem até as culpas inventadas por nós, por uma observação infantil e distorcida das situações.  São mil maneiras de se culpar, somos bons nisso! 

Responsabilidade é o que vem depois da culpa, do remorso, do arrependimento, da vontade de reparar o ‘mal’.  Nem sempre podemos fazer a reparação diretamente com quem prejudicamos e os estragos podem ser bem grandes.  Entra em cena a nossa coragem.

Aceitar a responsabilidade é melhor do que carregar a culpa.  É a aceitação das consequências com maturidade ... de forma digna, sem usarmos o cilício contra a nossa própria pele.  De nada adianta, mais sofrimento - mesmo que seja o nosso - ele não apagará o fato do qual nos envergonhamos e não diminuirá o sofrimento de quem fizemos sofrer.

O culpado se sente paralisado ... o responsável é estimulado a agir. Culpa é coisa de criança, responsabilidade é conquista de adulto ... de quem aprendeu a pensar, discernir e enxergar o seu real tamanho.  Sentir-se responsável é sentimento de quem assume o erro e pretende usá-lo como aprendizado, pra não ser repetido.  É atitude de quem tem a liberdade de agir, mas arca com os resultados de suas escolhas, se propondo a fazer diferente.

         

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