segunda-feira, 11 de julho de 2016

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Efêmero

Num mundo líquido e morno
não corro mais o risco de me queimar 
... gelo e fogo - não afetarão minhas mãos!

Corro o risco de morrer de tédio
de morrer de velho ... de sofrer de vazio
de me arrepender ... de ser tarde
de não ter vivido tudo o que queria!

Nesse mundo morno não tenho forma
porque não tenho fôrma!
O que houve com o mundo concreto
que eu conhecia? ... 
Desapareceu ... abduzido?  Engolido ...
pelas forças de coesão intramoleculares
... mais fracas do que as dos sólidos
e mais fortes do que a dos gases!

Liquefeita ... em fluidez espantosa
de consistência e densidade alteradas!
Deslizante ... a escoar para baixo!
Onde estava - nada ficou!
Evaporo e desapareço
sem deixar semente!




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