domingo, 3 de julho de 2016

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Histórias de abandono e rejeição


Como seres humanos, carregamos conosco alguns ‘sacos sem fundo’.  Vou tentar explicar.

Tudo aquilo que recebemos, colocamos em seus devidos sacos: afeição, ofensa, atenção, desconsideração, reconhecimento, desqualificação, indiferença, amor ...  A tendência é que os sacos de coisas ruins se encham rapidamente, porque o pouco colocado, logo atinge o limite inferior do saco, a base.  Se os ‘sacos’ das coisas ruins se enchem facilmente, por que não se dá o mesmo com os ‘sacos’ das coisas boas?

Algumas pessoas parecem ter ‘sacos’ bem maiores, quando se trata daqueles destinados às coisas boas.  Geralmente são as pessoas - consideradas 'pedra’ nos nossos próprios 'sacos'  de coisas ruins - mais necessitadas de sempre receberem ... e receberem ... e ficarem sempre na cobrança de receber mais.  Por mais que recebam coisas boas, nunca enchemos o ‘saco’ delas.

O saco nunca está cheio?
É um vazio, vindo não se sabe de onde, funcionando como um dreno, um furo no fundo do saco, que transfere para fora todo o conteúdo recebido.

O fundo do saco é falso?
Ele se expande, aumentando de tamanho indefinidamente?

O saco está trocado?
O vazio se deve a outro tipo de carência que não aquela ‘inscrita’ no saco ... e é óbvio que ele nunca ficará cheio!  Ex.: à uma suposta falta de atenção ou reconhecimento, por parte dos pais ... a pessoa passará a vida toda a esperar, a exigir e cobrar ‘atenção’ dos seus amigos, parceiros, superiores no trabalho.  Será um quase eterno mendigo, até identificar a sua real fonte – de onde provém a falta ... e a ‘veracidade’ dessa queixa ... aí então, e só assim, seu ‘saco’ conseguirá obter a plenitude.


Ninguém é tão prejudicado, a ponto de não conseguir nunca encher o seu ‘saco’ da afeição.  Desde que os sacos estejam devidamente catalogados e ordenados, é possível sim, saber qual está completo, qual está insuficientemente preenchido e aonde procurar o que falta para enchê-lo!  Muitas vezes, é necessário procurar ajuda, para identificar de que forma estamos tornando nossos ‘sacos’ rotos e impossíveis de serem preenchidos.  Essa é uma tarefa quase impossível de se fazer contando só conosco mesmos!



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