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A
culpa gera servidão
Uma
pessoa culpada é alguém lastimável, envolta em seus tentáculos de arrependimento e lamento
- que sugam de si mesma e esgotam suas
próprias energias.
A
nossa cultura foi sempre baseada em ‘culpa’ - desde os primórdios da
humanidade. Nos dias atuais, é pouco
provável que venhamos admitir que isso seja verdade ... com tanta liberdade no sentir
e no expressar! É preciso baixar a guarda que temos numa crença de ‘
liberdade irrestrita’, para perceber que só chegamos aonde nos é permitido
chegar ... ninguém é totalmente livre, a liberdade é bem simulada ... bem
parcial.
Existem
padrões a serem seguidos, estabelecidos há muito, por vínculos adquiridos de família
e sociedade; de religião, moral e ética.
Podemos até tentar fugir deles, mas a sensação de liberdade que essa
fuga nos garante, é tão fictícia quanto
a sua promessa.
Irremediavelmente,
nos vemos forçados a retroceder, senão nas ações ... mas na maneira de pensar
... quando algo dá errado ... depois de desafiarmos as convenções.
Muitas
vezes, as pessoas mais irreverentes, são as que têm as mais pesadas mochilas de
culpa, atreladas às costas, porque conseguem quebrar padrões de comportamento,
mas não conseguem romper as correntes das crenças/irmãs que as acompanham. São os bodes expiatórios – que assumem reinventar o caminho - ainda não pavimentado e
tão perigoso da mudança.
Mas
o que quero dizer é sobre a culpa, aquele sentimento que nos parece nobre, mas
é muito desagradável, porque nos deixa
desconfortáveis em relação ao que ‘pensamos’ e o que ‘fazemos’. Quando duas partes de nós, são oponentes - e
por mais que discutam ... parecem não chegar a um acordo.
Acho
que fui um tanto fundo! Eu só estava
tentando entender, onde teve começo essa história de culpa. O que me importa
por ora é, mostrar que se eu me sinto culpado – vou fazer de tudo para minimizar
esse sentimento - extremamente pesaroso.
Para aliviar o desconforto, acabo
me servindo de artifícios que podem não ser os melhores para amenizar essa
sensação. Eu falo da necessidade de ‘redenção’
do ‘mal’ que causei ... Nem sempre, a minha redenção se dá diretamente em
relação a quem foi prejudicado. E se não for mais possível? Posso
transferir esse objeto de compensação, para outra pessoa que achar conveniente. Julgo
conhecer o remédio, mas há sempre o perigo de não saber a dosagem necessária à
cura do mal que me aflige. Perigoso
mesmo é virar capacho!
Enquanto aprendemos a lidar melhor com a culpa ... vamos aos poucos conhecendo a real alquimia da responsabilidade. A
culpa gera servidão, porque está prenhe de embriões velhos ... enquanto a responsabilidade dá origem, elabora e motiva a
reparação - o que na minha maneira de ver: é a única forma de atingirmos a nossa cura!
Em 07/07/16 |
Nossas células se transformam ... nossas crenças se redescobrem ... aos poucos vamos ficando mais sutis em matéria e espírito!
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