quinta-feira, 7 de julho de 2016

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A culpa gera servidão


Uma pessoa culpada é alguém lastimável, envolta em seus tentáculos de arrependimento e lamento - que sugam de si mesma e esgotam suas próprias energias.

A nossa cultura foi sempre baseada em ‘culpa’ - desde os primórdios da humanidade.  Nos dias atuais, é pouco provável que venhamos admitir que isso seja verdade ... com tanta liberdade no sentir e no expressar!  É preciso baixar a guarda que temos numa crença de ‘ liberdade irrestrita’, para perceber que só chegamos aonde nos é permitido chegar ... ninguém é totalmente livre, a liberdade é bem simulada ... bem parcial.

Existem padrões a serem seguidos, estabelecidos há muito, por vínculos adquiridos de família e sociedade; de religião, moral e ética.  Podemos até tentar fugir deles, mas a sensação de liberdade que essa fuga nos garante, é  tão fictícia quanto a sua promessa.

Irremediavelmente, nos vemos forçados a retroceder, senão nas ações ... mas na maneira de pensar ... quando algo dá errado ... depois de desafiarmos as convenções.

Muitas vezes, as pessoas mais irreverentes, são as que têm as mais pesadas mochilas de culpa, atreladas às costas, porque conseguem quebrar padrões de comportamento, mas não conseguem romper as correntes das crenças/irmãs que as acompanham.  São os bodes expiatórios – que assumem  reinventar o caminho - ainda não pavimentado e tão perigoso da mudança.

Mas o que quero dizer é sobre a culpa, aquele sentimento que nos parece nobre, mas é muito desagradável,  porque nos deixa desconfortáveis em relação ao que ‘pensamos’ e o que ‘fazemos’.  Quando duas partes de nós, são oponentes - e por mais que discutam ... parecem não chegar a um acordo. 

Acho que fui um tanto fundo!  Eu só estava tentando entender, onde teve começo essa história de culpa. O que me importa por ora é, mostrar que se eu me sinto culpado – vou fazer de tudo para minimizar esse sentimento - extremamente pesaroso.  Para aliviar o desconforto, acabo me servindo de artifícios que podem não ser os melhores para amenizar essa sensação.  Eu falo da necessidade de ‘redenção’ do ‘mal’ que causei ... Nem sempre, a minha redenção se dá diretamente em relação a quem foi prejudicado. E se não for mais possível?   Posso transferir esse objeto de compensação, para outra pessoa que achar conveniente. Julgo conhecer o remédio, mas há sempre o perigo de não saber a dosagem necessária à cura do mal que me aflige.  Perigoso mesmo é virar capacho!



Enquanto aprendemos a lidar melhor com a culpa ... vamos aos poucos conhecendo a real alquimia da responsabilidade.  A culpa gera servidão, porque está prenhe de embriões velhos ... enquanto a responsabilidade dá origem, elabora e motiva a reparação - o que na minha maneira de ver: é a única forma de atingirmos a nossa cura!






Em 07/07/16





Um comentário:

  1. Nossas células se transformam ... nossas crenças se redescobrem ... aos poucos vamos ficando mais sutis em matéria e espírito!

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