Tal como os sutras antigos, os escritos deste livro são sagrados e tiveram origem num estado de consciência a que poderíamos chamar de serenidade. Mas, ao contrário dos sutras antigos, não estão ligados a qualquer religião ou tradição espiritual em particular, sendo prontamente acessíveis a toda a humanidade. Existe neste livro um grande sentido de urgência. A transformação da consciência humana já não é um luxo, por assim dizer, ao qual apenas alguns indivíduos têm acesso; trata-se de uma necessidade, se queremos evitar que a humanidade se destrua a si mesma. Nos dias de hoje, as disfunções da velha consciência e o surgimento da nova acontecem a um ritmo muito rápido. Embora possa parecer paradoxal, as coisas estão a piorar e a melhorar ao mesmo tempo, embora o pior seja mais aparente porque faz mais "barulho".
É claro que neste livro se usam palavras que se transformarão em pensamentos na sua mente. Mas não se trata de pensamentos comuns - repetitivos, barulhentos, egoístas, que exijam a sua atenção. Tal como qualquer mestre espiritual, tal como os antigos sutras, os pensamentos expressos neste livro não dizem "olha para mim" mas "olha para além de mim". Visto terem tido origem na serenidade, estes pensamentos têm o poder de o conduzir à serenidade da qual surgiram. Essa serenidade é também uma paz interior, e essa paz e serenidade são a essência do seu ser. É esta serenidade interior que vai salvar e transformar o mundo.
Eckhart Tolle (A Voz da Serenidade, 2003, pág. 11)
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