segunda-feira, 14 de setembro de 2015

O Corpo de Dor Coletivo Feminino
Além do seu corpo de dor pessoal, cada mulher tem a sua quota-parte naquilo a que poderíamos chamar o corpo de dor coletivo feminino - a não ser que ela seja plenamente consciente. Este corpo consiste na acumulação da dor sofrida pelas mulheres, devido em parte à subjugação masculina, à escravidão, à exploração, a violações, à dor do parto e à morte dos filhos ao longo de milhares de anos. A dor emocional ou física que, para muitas mulheres, precede e acompanha o período menstrual é uma manifestação do corpo de dor coletivo a despertar do seu estado de latência nessa altura, embora isso também possa acontecer em outras ocasiões. O corpo de dor restringe a livre circulação da energia da vida através do corpo, de que a menstruação é uma expressão física.

Por vezes, o corpo de dor "toma conta" da mulher nessa ocasião. Ele possui uma carga extremamente poderosa que a poderá induzir facilmente a identificar-se inconscientemente com ele. Ela fica então ativamente possuída por um campo de energia que ocupa o seu espaço interior e finge ser ela - mas que, é claro, não o é. Fala através dela, age através dela, pensa através dela. Criará situações negativas na sua vida para se alimentar da energia. Quer mais dor, seja de que forma for. Já descrevi o processo. Ele pode ser perverso e destrutivo. É dor pura, dor passada - e não é quem você é.
Eckhart Tolle (O Poder do Agora, pág. 174)

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