Tu és folha amarela e velha. Ainda presa ao galho,
já sem vida - te esquecestes de cair, mas ainda consomes um quantum de energia,
inutilmente - porque não retornarás ao viço de antes.
É passado o teu tempo, te agarrastes à planta, com medo de te deixares levar ao vento, de entregar-te, ou talvez temas à queda e a sua natural transformação. Teu lugar não é mais esse, não é mais teu tempo - tu és passado.
Cedo ou tarde, serás arrancado do pé, à força, por uma mão generosa.
Talvez venha a tempestade, te arrastando para longe com a
enxurrada. O granizo poderá consumir-te, sem a chance de adubares o solo
em que vivias.
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