A minha garotinha vê-se à beira da praia, correndo ao encontro das ondas, que espirram água morna em seu corpinho. Brinca com a espuma que borbulha, a cada onda que vem morrer na areia. Nesse vai e vem, solta gargalhadas, das quais nem me lembrava mais. Uso meu chapéu, para carregar, com muito cuidado, pequenas conchas mariscadas, para que nenhuma delas se perca, como se fossem miúdas jóias, um tesouro, de intenso valor e brilho - o que para mim, sem dúvida, elas são - meu rico tesouro.
Nuvens e origamis dependurados no céu, um navio pirata bem longe...
Tenho as mãozinhas sujas da areia molhada, de que faço os castelos e os outros desenhos Trago minhas faces rosadas e a boca cheia de sal, das gotículas de mar que entram por ela, sempre aberta.
Meu espírito é livre, canta, ri, dança, entregue à natureza; em contrapartida, sinto que sou uma parte dela, e que sem mim, ela não estaria completa.
mariscadas - recolhidas, apanhadas
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