977 __ NÓ E PÓ __ 30/05/19
Nada mais te oferto
queimaste o meu fervor
consumiste meu frescor
num buraco sem conserto.
Num aperto em nó, sem dó
restou de tudo, um fino pó
penetrante aos meus olhos:
umas janelas sem ferrolhos.
Fez parecer uma quimera
a minha ânsia sincera.
Agora, por aí afora:
é pé sem caminhada
é vela sem pavio
de há muito, apagada
é mar sem navio
e porto sem chegada.
Do que eu tenho?
de dar-te, me abstenho
já paguei um alto tributo
por teu frio usufruto!
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