quarta-feira, 8 de maio de 2019

961 __ LUZ __ 08/05/19




Eu sinto luz dentro de mim, literalmente, por fora e por dentro, no nome, no meio e no fim.  O meu movimento é em direção a ela, é a sua claridade que me seduz, é o seu calor que me faz ir ao seu encontro e querer estar num lugar melhor.

Vemos a semente, mas é preciso antever o que ela poderá se tornar. Dar-lhe um  terreno fértil e condições de desenvolver-se em sua plenitude, com liberdade e arrojo, para tornar-se o que deve ser, com toda sua natural fluidez.

Em meio às trevas ou entre os cascalhos; afora os medos e os falsos confortos das terras fofas; bambos nas intempéries ou inseguros nas adversidades de todo o tipo; nos períodos de estiagem do clima ou de intensas lágrimas - é ela quem nos guia.

A semente enterrada, rompe a escuridão e quietude da terra, cresce em direção ao sol, e morre, para se tornar raiz, caule, folhas, flores e frutos; já não é mais semente, é um ser vivo, erguendo-se do chão, usando de seus pequenos galhos, esticando-os, em direção ao alto, capaz de espalhar outras incontáveis sementes, iguais as que foi um dia.

Quanto a mim, vou deixando as trevas para trás, aos poucos e bem lentamente, me despojo delas.  À medida em que sinto, que o caminhar se torna mais brando e o peso mais leve, tenho a certeza de que as deixei mesmo lá trás. A luz tem o poder de rasgar as trevas e deixar entrar claridade, calor e alegria, onde não se imaginava, que pudesse caber tanta coisa boa.

O escultor vislumbra e arranca a forma, da pedra bruta; o escritor corporifica uma ideia; o músico dá voz a um sentimento; um pintor colore uma paisagem de acordo com a paleta de cores de sua alma.  Todos precisam ter fé, para realizarem as suas criações, do nada, a partir de um simples vulto, uma palavra, um som ou um lugar.  É preciso também, muita fé e sobretudo coragem, à alma simples e ignorante, que busca caminhar até Deus.

Sigo em direção à luz, que vem do sol e se reflete nos caminhos pelos quais trilho; que vem da lua e das estrelas; numa aventura a que me entrego, eu - o explorador de mim mesmo.



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