A julgar pela pouca luz que entra pelas frestas da janela, ainda é cedo, o relógio ainda demora a avisar que é hora.
São tantos os caminhos, mas sei bem qual vou pegar. Embora cheio de sombras, é o único que está aberto.
Quantos aos outros - os desconhecidos – outros pés já trilharam por eles e chegaram a algum lugar. Eu me aventuro, timidamente e bem devagar, a caminhar por um ou dois passos em terreno que não conheço, até que se torne conhecido e tido como certo.
Em todos eles há sombras e sol, trechos íngremes e perigosos, quando não - se apresentam como verdadeiros despenhadeiros não menos ameaçadores e que despencam até a escuridão total.
Em qualquer um, carrego uma pedra invisível aos olhos, feita de material denso, cuja origem a química não conheceu e que balança nenhuma é capaz de dizer quanto pesa.
Não existe um, em que seja fácil andar, seja por conter espinhos, ou folhagens que açoitam a minha pele, ao desbravá-los. Seja por apresentarem pedras pontiagudas no chão que ferem meus pés. Seja pelas intempéries que caem sobre mim.
Uma pedra carregada, atrasa minha subida, mas a mesma pedra pode me fazer precipitar ladeira abaixo mais rápido. Ao subir, a pedra está sempre à minha frente – eu a empurro. Ao descer, a pedra está atrás de mim, massacrando meu corpo, já tão cansado.
arte | catrin welz-stein
Nenhum comentário:
Postar um comentário