444 __ EU E A CALDA DE CHOCOLATE __ 02/05/17
Eu me vi no alto de uma montanha de gelo muito fofo, podia sentir a calda de chocolate que escorria sobre o chantili branquinho. Sem esquis, nua e gélida, sem a dúvida de estar onde não deveria estar - e de onde a qualquer momento, iria me lançar montanha abaixo, porque era impossível permanecer por muito tempo daquele jeito, estática e desprotegida.
Ao mesmo tempo em que estava no alto e abaixo de mim podia visualizar todo um caminho íngreme, eu via também uma tomada aérea, feita sobre esse mesmo pico nevado, onde havia um ponto minúsculo no meio da brancura, que era eu. Eu e a calda de chocolate escorrendo sobre o chantili.
A luz do dia era muito intensa e o sol rebatia seu brilho na brancura das neves e a multiplicava, nos paredões e desfiladeiros quase sem fim ... e isso eu podia ver tanto estando no topo, quanto estando a sobrevoar a região.
Nem sei em que lugar da terra eu estava, parecia não haver em toda ela, nenhum outro território, além daquele todo congelado. A única coisa que destoava na imensidão era a calda de chocolate serpenteando montanha abaixo. O silêncio e a paz dominaram por completo o lugar.
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