quarta-feira, 13 de abril de 2016

______________________________3 - "Dor" - 07/09/15



A arma que me feriu tinha em sua lâmina um tipo de anestésico, porque embora o corte tenha sido de precisão cirúrgica, contínua e sorrateira, eu pouco senti!

Dei-me! ... "como quem dá-se ao carrasco",  que  o fez  debaixo para cima, de forma vertical, até que a deixou fincada, entre algum osso e um órgão vital.

Toda arma branca causa sempre um dano maior ao ser retirada, do que quando aplica o golpe, porque ao fazer o caminho contrário, 
para fora do corpo, 
ela corta novamente o que já estava ferido! 

   Tive que fazer o trabalho 
que o carrasco não fora capaz de finalizar... retirá-la!  

Dessa vez, sem anestesia, 
com minhas próprias mãos, 
eu a arranquei de mim!

A experiência foi lancinante!

Conheci então a cor das minhas vísceras, assumi o meu limiar de dor e dei-me conta do que tinha feito com minha vida.






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