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A ACIDEZ DO MUNDO LÍQUIDO
17/03/17
Na química, o ácido interfere no equilíbrio já existente e promove novas reações, é apenas uma parte do processo de retorno a um novo equilíbrio. A acidez do mundo líquido faz o mesmo, ingressa com novos conceitos ainda incipientes para revolver os velhos e compactados, e assim modificar o pensamento da humanidade ainda em fase de lagarta.
A qualquer instante, somos surpreendidos com novas informações, que suplantam as conhecidas, dizendo-nos que estivemos equivocados anteriormente – só por uma vida inteira! – e então nos sentimos inadequados, ultrapassados e sempre desatualizados. As certezas só duram até que uma nova dúvida venha questioná-las.
Esse processo é muito dinâmico, nem bem absorvemos uma novidade, nos vemos de cara com outra mais irreverente ainda.
Não damos conta de tanto conhecimento, que longe de nos deixar mais sábios, apenas nos torna mais inseguros. Há uma espécie de volatização do pensamento e somos acometidos de uma over dose de conhecimento que não leva a nada, pelo menos por enquanto. Obtemos fórmulas para os problemas que já passaram, que não se aplicam aos atuais e nem aos futuros. A experiência é mesmo um carro que ilumina a parte de trás da estrada.
E seguimos nós, atarantados, querendo corresponder e impotentes quanto a nossa ineficácia e ineficiência. Entorpecidos e sobrecarregados de novos conhecimentos, que já não temos mais onde guardar, nas gavetas, nos armários, nas estantes, nas nuvens!
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“...Eu diria que estamos num estado de interregno ... no interregno não somos uma coisa nem outra ... as formas como aprendemos a lidar com os desafios da realidade não funcionam mais...” ___ Zygmunt Bauman
A fluidez do 'mundo líquido' de Zygmunt Bauman
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