quinta-feira, 5 de dezembro de 2019




840 | OURO E PRATA | 05/12/18

Tornei-me uma pessoa palavruda.  Não era. 

Procurei o seu significado, que diz: sobre pessoa que fala muita besteira.  Pode até ser, mas no meio da minha besteira, pode ter muita coisa aproveitável, pra mim mesma.  Sei também, que quem muito fala, muito se compromete, e que as palavras, longe de serem ouro, nem chegam a ser prata, acabam sendo qualquer outro metal mais inferior. 


Se preferirem, podem trocar por palavrenta, palavreira, o fato é que falo demais, às vezes, eu até me canso.  Peço desculpas.  


No meu caso, acho que tem mais a ver com a quantidade, do que com a qualidade das palavras ... aliás, acho que qualquer um diria isso, em sua defesa.


Como disse, eu era uma pessoa de poucas palavras, não que eu as tivesse em demasia na mente, mas optava por não proferi-las, é certo que eram em número bem menor do que hoje.


A medida que falo, não sei se me escuto realmente, pois de tanto falar, as mesmas coisas e de formas diferentes, e depois de travestir o mesmo fato, deveria já te-lo resolvido.


Na verdade é que não está.  Por isso continuarei falando, até que me mandem calar a boca ou o caneta.


É sobre coisas que têm um impacto no meu intelecto ou no orgulho, não sei, portanto não posso calar ainda, porque ainda não formulei o que significam pra mim, ainda não achei a equação certa, pra cada uma delas.


Os micro-organismos são os hóspedes que infestam meu corpo, as ideias são os bichinhos que pululam em minha mente.





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