terça-feira, 3 de dezembro de 2019




838 | APENAS SUPONHO | 03/12/18

Nada mais te digo, que já não tivesse dito.
Em tons doces, serenos, desesperados e amargos, eu disse, com tantas palavras que conhecia a minha eloquência, com toda a esperança que cabia dentro de mim.

A ti, minhas palavras foram sempre vazias.  Só porque nunca as entendeste, nem ao significado literal, nem à minha intenção ... elas não foram estúpidas, nunca descabidas, nunca inúteis, falsas ou fantasiosas.  Ignorá-las, também, te fez cego.


Hoje, o que fica vazia é a minha boca, pois não há mais discurso para enchê-la, acabaram-se todos os recursos: as palavras e todas as entonações possíveis que conheci.


Em alguma parte de ti, eu sei,  foram registradas, com significado e intenção, pois sei que teus ouvidos ouvem, e que, se há algum pedaço de ti incapaz de escutar, não são teus ouvidos, disso não tenho dúvida.  Eu apenas suponho, qual seja a tua porção surda.



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