quarta-feira, 11 de dezembro de 2019



1099 | NUNCA | 11/12/19

Uma palavra bem curta, pra significar 'em nenhum tempo'!  Porque 'em nenhum tempo' ... é muito tempo.  Ao mesmo tempo, bem apropriada, pra ser dita num momento inflamado, enquanto há uma tempestade de informações, dentro de nós, conflitantes e revoltosas, tentando ver qual delas, vai sobrepujar e prevalecer sobre as demais.  Nesse período, apenas o nosso ego está presente.

No desespero de encerrar uma tormenta, é tentador que a usemos, como que, pra terminar logo o sofrimento pelo qual se passa, como se quiséssemos resolver uma situação de uma vez, por todas.


No calor do momento, ela sempre cabe, mas 'pra sempre' (?) - não.


Talvez, ela nos ajude a dizer da indignação de nossa parte, não que propriamente, estejamos  falando sobre o tempo.  Acredito que ela deva expressar nosso repúdio, ao sentimento que nos invade, as sensações que nos tomam por completo, e que pelo nosso desejo, gostaríamos que a situação nunca mais se repetisse.


Em vez de dizermos: nunca mais quero passar por isso, logo nos apressamos em dizer: nunca mais vou amar, nunca mais vou confiar, nunca mais quero ver essa pessoa.


O certo, pra mim, é que a palavra 'nunca' se mostra temporariamente eficaz -  porque ela é pequena e forte, capaz de carregar toda a nossa indignação, fácil de ser usada, conclusiva num momento de cólera, onde os hormônios são lava expelida, mas tampouco a convulsão de sentimentos e ideias cesse, ela perde a sua validade ... e nós, ganhamos muitas vezes, o nosso remorso.
 


Uma vez expressos, a nossa raiva e todos os sentimentos sombrios, a palavra, nos serviu bem - ao papel de expelir a lava que nos inflama ... e como ela, nós também, uma hora esfriamos. 


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