UM OLHAR SOBRE O COMPORTAMENTO HUMANO

47 – AUTO-AMOR E EXPECTATIVAS

Nenhuma frustração acontece sozinha - nem o impacto que esta nos causa, nem a sua responsabilidade por esse efeito, são exclusivos dela.  A cada nova - a que somos submetidos, somam-se as anteriores, associam-se por sensações, emoções e sentimentos idênticos, despertados do sono que dormem em nossa memória, nos fazendo misturar tudo e engrossar seu efeito.

A promessa de uma barra de chocolate gigante, na infância, em troca de boas notas na escola.  As boas notas vem e o chocolate não.  Um mimo caro, destinado a você, mas dado à uma outra pessoa.  Uma roupa cobiçada, mas que nos disseram que não ficaria bem em nosso corpo - que nos faltaria recheio!  

Por que nos frustramos? Enfim, não foi o doce, o mimo, a roupa ... o motivo da frustração.  Foi o esquecimento da promessa feita, a desconsideração, a necessidade de abalar a autoestima, uma maldade.  

Quando a frustração é por coisas materiais, fica fácil resolver.  O chocolate pode ser comprado, a calça, até o mimo caro.

Se a frustração é por coisas que não se compram em lojas, ainda assim nós podemos nos abastecer delas.  Atenção, respeito, carinho, tolerância, reconhecimento e sobretudo amor.  

O auto-amor é o melhor antídoto para a desconsideração do outro em relação a nós.  Ele anula os efeitos provocados pelos danos às nossas expectativas, na maioria das vezes, exageradas, quanto ao tamanho que damos ao outro.  Esperamos receber dele, algo parecido com o que daríamos a ele, na mesma proporção e intensidade, mas nos esquecemos de que cada pessoa tem uma escala de valores dentro de si, que lhe é própria, e que não é necessariamente igual a nossa.  Expectativas podem ser inversamente proporcionais ao retorno que esperamos do outro.

Nessa hora é possível percebermos nosso real tamanho e também, conhecermos um pouco mais do sistema de atribuição do outro.

Reverter o efeito nocivo do comportamento do outro em nós, é um ato de inteligência,  e a fonte para essa busca, está dentro de nós. A única forma de gerenciarmos o nosso equilíbrio emocional e o nosso bem estar, é dependermos exclusivamente de nós mesmos - estudando nossas emoções, reações - para aprendermos a agir em nosso favor.