[Textos - 20 - "Bala de aniz" - 26/10/15]
Antes que outubro se acabe devo
contar-lhes uma história. É sobre minha infância, de como a senti e de como me
lembro dela.
Crescemos no quintal da casa da vó,
nós quatro, eu a mais velha; numa escadinha
de dois em dois anos, depois meu irmão, minha prima e minha irmã.
Poderia falar sobre muitos
acontecimentos durante esses poucos anos...
Eu gostava de "delicado"
que o vô comprava a granel, embrulhado em papel comum... Eu adorava as
azuis, gosto de "aniz",
então eu comia as de todas as cores e
deixava minhas preferidas por último. Minha
irmã odiava mantecal.
Brincávamos de praia, sabe o que é
isso? O sol deixava sombras no chão,
onde era claro era a água, onde dava sombra era a areia. Eu gostava de brincar de escritório! As brincadeiras mais loucas eram para os
outros três, mais novos. Tinha uma que
causava medo: era pegar um espelho e colocá-lo debaixo do nariz para que
refletisse o céu, e andar sem saber onde pisar!
Parecia que íamos cair... Nem sei quem inventou!
Comíamos doces baratos e éramos
felizes! Só tínhamos aquele quintal e era
grande o bastante pra correr e crescer! Acho que lidamos bem com as
"minorias", falo sobre como nos entendíamos(às vezes não muito) com meu
irmão, que era o único homem da turma.
Lembro da hora do banho, era quase
uma linha de produção. Do mais velho ao
mais novo, essa era a seqüência, só alterada pela minha prima que ficava com os dedos enrugados e era deixada sempre por último.
Para eles eu era a mais chata, porque
minhas idéias eram diferentes das deles!
Mas a cumplicidade e o amor eram presentes! Até hoje somos muito ligados, a felicidade de
um é a do outro e a dor do outro é a dor de todos!
Pudemos desfrutar do carinho de avôs,
de pais, de amigos! Cada um tomou seu
rumo, como era previsto!
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