sexta-feira, 30 de outubro de 2015

A verdade sobre os “traumas” de infância





- As carências da vida adulta se devem à razões bem mais complexas que a falta de amor dos pais...


...Alguns de nós crescemos carentes porque tivemos pouco amor na infância e ansiamos por preencher essa lacuna. Outros porque tivemos muito, acostumamo-nos a isso e não conseguimos viver com menos. As carências da vida adulta não dependem apenas de nossa mãe e das peculiaridades que marcaram a nossa infância. Atribuo essa sensação de incompletude a um acontecimento geral, próprio de toda a espécie humana: a dramática vivência do nascimento, quando nos desgrudamos da mãe e passamos a sentir toda a sorte de inseguranças, desconfortos e desamparo.

O nascer é um “trauma” infantil, que nos marca a todos. Com o passar dos anos, um outro ingrediente entra em cena: o modo como funciona nossa razão. Já pelos 2-3 anos de idade observamos grandes diferenças na reação de crianças expostas ao mesmo fato externo. Diante da morte de um animal de estimação, por exemplo, algumas sofrerão mais que outras. Algumas tolerarão melhor frustrações, contrariedades e dores de todo o tipo; outras reagirão com violência sempre que contrariadas...

...O que não me parece correto é generalizarmos esse tipo de reflexão apenas porque nos parece “lógico”. E, o que é mais grave, para explicar condições gerais dos setores humanos: inseguranças, carências afetivas e tantos outros conflitos que todos temos. Esse raciocínio equivocado sobre os “traumas” de infância tem acovardado muitos pais, tornando-os incapazes de agir com rigor e determinação na educação dos filhos.

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