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A CARA À TAPA
05/03/18
Quando eu escrevo,
em cada um dos meus textos,
em cada um dos meus textos,
qualquer um deles,
eu falo do que vai em mim.
É
o que eu penso, sinto e sou.
Mais transparência impossível.
É
um revirar-me do avesso.
Uma espécie de radiografia completa,
onde aparecem os ossos,
as partes sensíveis,
as deformidades,
os edemas e infecções.
Eu troquei, os malefícios dos raios X
pela dor, porque dói mostrar
o que trago dentro de mim,
é espremer uma pústula,
é cutucar uma ferida,
é aplicar um unguento que queima
em cima de uma lesão.
É
retrato fiel, ressonância
e
tomografia, tudo ao mesmo tempo.
Porque
sinto que capta o momento.
Mostra em que frequência vibro.
E me vejo fatiada,
dando a cara à tapa,
sujeitando-me a julgamentos ...
e na melhor das hipóteses,
me contentaria em
servir para estudo,
à ciência ou à psicologia.
Isso tudo, diz respeito a vocês,
porque a mim ... é essencial
e extremamente terapêutico,
alivia a dor, o incômodo, expurga e cura!
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