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CONTRIÇÃO
Hoje, eu preciso falar sobre um tipo de amor que não
entra pra história, porque nasce, cresce e se perde sem deixar provas concretas
de sua existência. São nascidos sem certidão de nascimento, vivem sem
identidade e acabam sem um atestado de óbito.
Por medo, vergonha ou orgulho, não transpõe a soleira das
alcovas e negam a si, a conhecerem o gosto de um beijo ou a satisfação de um
prazer compartilhado.
Seguem pelo resto de seus dias - ao abrirem seus olhos
por todas as manhãs, arrependidos – maldizendo a oportunidade perdida, mas
nunca por terem amado.
São anônimos, sem nome ou sobrenome, assim sobrevivem,
definham e morrem, sem sequer uma suspeita de terem existido.
25/03/17
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