ORIGEM E FONTE
20/03/17
Comumente, dizemos que as pessoas capazes das más ações deliberadas, que ferem outros corações – são desprovidas de um. Que ele está oco, ou que ainda de tão endurecido, teria se tornado uma pedra. É tudo mentira, todos têm um – cheio do que escolheu encher, e que pulsa por essas mesmas escolhas.
Se o meu corpo fosse um país, o meu coração seria a sede da capital cultural e emocional, onde ficam guardadas todas as histórias e seus sentimentos correspondentes, um acervo de tudo o que me é importante, enquanto a vida se mantiver. Funcionando como 'staff' administrativo, auxilia nas decisões tomadas pelo cérebro - comandante que preside o país, que incapaz de governar só, um pais tão grande e com tantas necessidades, solicita sempre a sua participação.
O coração é uma cidade cortada por um grande rio - que uma hora sobe, noutra desce, mudando seu curso – recebendo o sangue sem vida e o recapacitando para novas incursões em destino das células para dar-lhes vida, inúmeras vezes. É o filtro que oxigena a água que corre em nossos outros menores rios internos. Dotado de um grande mecanismo que impulsiona a seiva da vida, para que seja distribuída e chegue aos locais maislongínquos desse país – um sistema perfeito de abastecimento.
As margens desse grande rio são vastas e tudo que lá se deposita, frutifica, pois o terreno é tão fértil quanto extenso. A nossa colheita dependerá das sementes que escolhermos cultivar, porque lá, realmente, em se plantando tudo dá.
É a cidade mais velha do país, a primeira a se formar, desde o começo, a responsável pelo abastecimento dos recursos necessários - muito antes do surgimento do cérebro - foi ela quem comandou a formação, desenvolvimento e crescimento. Juntos finalmente, coração e cérebro, chegaram à maturação, Foi localizada bem na região central e bem poderia ser considerada o centro do universo, se meu corpo fosse o universo!
Foi dela que partiram as duas primeiras grandes ‘estradas’- os braços – as principais vias de distribuição de recursos, com as quais podemos abraçar alguém e trazê-lo ao peito, ou afastá-lo com nossas ações.
Portanto, não se trata de tamanho, estrutura ou textura de que é feito um coração – mas sim do que foi cultivado às margens do grande rio, do que está guardado nas estantes do seu patrimônio cultural e emocional. Dessa qualidade depende a boa gestão do principal comandante que mora no extremo norte do país.
Temos um exemplo típico de ‘acúmulo de funções’, além de suprir fisicamente o país – delibera e sanciona as decisões do primeiro comandante – sendo capaz de impugná-las ou aprová-las.
Nada do que se faz nesse país é sem o seu consentimento, às vezes um tanto contrariado, mas sempre nutrindo um desejo sincero, de acordo com o seu julgamento – de estar fazendo a coisa certa. São as famosas razões, que a razão maior desconhece – mas que nem por isso são menores.
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