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O TEU NOME
22/02/19
A luz iluminava todo teu corpo
esquecido e nu, sobre a cama
deixando-o mais branco do que é.
Ela feria os olhos
de tão intensa e brilhante que era.
Ignorando a tua privacidade
e a janela com grades
esgueirava-se indiscreta por entre elas
invadia o quarto
brincava com teus cabelos
acariciava a brancura da tua pele
com uma certa inveja
e rodopiava no mar do teu umbigo
sem se deixar ir
pelo ralo oculto no fundo dele.
A lua era um queijo ...
um queijo com luz própria
ou um holofote em formato de queijo
suspenso no meio do céu
dependurado por linha invisível.
Passaram-se alguns minutos assim
... logo mais, quando olhei
o queijo havia sumido!
O céu, com fome, deve tê-lo comido
ou escondido (o mais provável!)
entre as nuvens que eu não via
mas que estavam lá.
De manhã, sozinho na cama
olhei o teu travesseiro
e sobre ele eu vi, um fio do teu cabelo
todo retorcido, em formato de 'a'
a me lembrar do teu nome ...
Ah! ... como se eu pudesse esquecê-lo!
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