quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

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BURACOS
14/02/18





Onde quer que eu vá, levo meus 'buracos' comigo.  Eu os levo à tira-colo, ou de uma forma mais atual, digo que os carrego numa pequena bolsa transversal, junto ao corpo.  Eles sempre se colocam com seu peso e presença, à frente de qualquer outra bagagem, que eu julgue necessária.

Embora à superfície, pareçam ser tão calmos, quanto a de estar em alto mar; não indicam os verdadeiros perigos ocultos, que espreitam e ameaçam, na aventura de mergulhos profundos.


Sou capaz de me perder dentro deles, e é preciso que eu diga a mim mesma, umas mil vezes - que vou conseguir subir à tona.  Estupidamente, me deixo levar pelos pensamentos intrusivos e sou levada ao fundo!


Eles representam tudo aquilo - e ao mesmo tempo guardam - o que deixou de ser feito, por falta de empenho próprio, ou por desinteresse alheio.  Muito embora, eu tenha consciência de ter feito tudo o que pude, cobro sempre um bocadinho mais de mim mesma.


A verdade é que foram coisas que deixaram a desejar, que muito além de não saírem como eu esperava, me surpreenderam pela capacidade de contrariar o meu desejo - afrontando a minha verdadeira e real intenção.


Ah ... como é difícil admitir que o controle não se deixa possuir!







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