Onde quer que eu vá, levo meus 'buracos' comigo. Eu os
levo à tira-colo, ou de uma forma mais atual, digo que os carrego numa pequena
bolsa transversal, junto ao corpo. Eles sempre se colocam com seu peso e presença, à frente
de qualquer outra bagagem, que eu julgue necessária.
Embora à superfície, pareçam ser tão calmos, quanto a de estar em alto mar; não
indicam os verdadeiros perigos ocultos, que espreitam e ameaçam, na aventura de
mergulhos profundos.
Sou capaz de me perder dentro deles, e é preciso que eu diga a mim mesma, umas
mil vezes - que vou conseguir subir à tona. Estupidamente, me deixo levar
pelos pensamentos intrusivos e sou levada ao fundo!
Eles representam tudo aquilo - e ao mesmo tempo guardam - o que deixou de ser feito,
por falta de empenho próprio, ou por desinteresse alheio. Muito embora,
eu tenha consciência de ter feito tudo o que pude, cobro sempre um bocadinho
mais de mim mesma.
A verdade é que foram coisas que deixaram a desejar, que muito além de não saírem
como eu esperava, me surpreenderam pela capacidade de contrariar o meu desejo -
afrontando a minha verdadeira e real intenção.
Ah ... como é difícil admitir que o controle não se deixa possuir!
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019
621
BURACOS
14/02/18
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário