sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

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UM OLHAR SOBRE O COMPORTAMENTO HUMANO
ENTRE CONHECIMENTO E PRÁTICA 
15/02/19








Estamos no meio desses dois marcadores.  A esmagadora maioria, inclusive eu, mais perto do conhecimento do que da prática.

Portanto, posso dizer que temos um armário cheio de coisas, dependuradas, em caixas, emboladas umas às outras.

Existem aquelas que costumeiramente usamos, pela força do hábito, ou pelo conforto; há peças 'coringa', que cabem em qualquer ocasião; mas temos peças guardadas, tão bem guardadas, colecionadas - que permanecem esquecidas a um canto.

Acabamos por usar sempre as mesmas, sem muita criatividade.  É normal usarmos o que está à mão.  Nem nos damos conta, das que estão debaixo de nossas barbas, de pouco uso, ou ainda sem nenhum - que entulham nosso armário, dificultam a localização do que queremos.

De vez em quando, nos lembramos de uma peça ou outra, esquecida no meio de tantas, ousamos vesti-la, mas ela nos é desconfortável, aperta aqui, incomoda ali, ainda precisa ser laceada.

Só o uso pode lacear, alargar, tornar confortável, uma peça ou um comportamento.  Nos primeiros usos, pode ser muito difícil, de ser suportado sobre a nossa pele, acostumada à frouxidão, ao familiar e ao automático.

Nos condicionamos, ao longo dos séculos, a escolhermos o que é mais fácil, o que é mais rápido, o que nos faz chegar à satisfação sem maior esforço - e continuamos a agir assim; com esse intuito, construímos as largas avenidas e rodovias.  Afinal, porque usar um facão, pra cortar os galhos da grossa e fechada vegetação, que nos faz perder o nosso tempo, se podemos correr por uma via desimpedida?

Cada nova peça, cada novo comportamento, implica afrontar nosso condicionamento, colocarmos a nossa coragem à prova - nos aventurando em terreno desconhecido.

Acumuladores ou não, guardamos sempre o que nos parece útil, nesse momento ou num outro.  É preciso, ter determinação e até um certo espírito aventureiro de destemor, em relação ao que pode ser encontrado nos recantos do nosso armário.

É importante lembrar, que nada é eterno e que nada nos foi inútil enquanto serviu, mas é preciso jogar no lixo o que não nos serve mais, por estar roto ou por não servir a mais ninguém.  Alguma coisa ou outra, ainda serve a uma outra pessoa. Reciclar de vez em quando é bom, pra nós e pra todo mundo - a natureza agradece.  

Temos muita coisa, nas gavetas, nos cabides, nas caixas, às vezes nos cofres ... vamos fazer um inventário disso tudo?  

À peça descartada, sempre haverá uma outra pra reposição, em perfeito estado, que nos servirá por muito tempo.  Depois, acostumados com o 'antigo novo', podemos até nos perguntar, mais tarde: como passei tanto tempo usando aquele andrajo, sendo que tinha algo bem mais atual, mais adequado e de melhor serventia e caimento - bem debaixo das barbas do meu armário?



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