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PARA SEMPRE
22/02/18
anne patay |
Ele era capaz de desenhar por horas, pela pele do corpo dela.
Eram desenhos imaginários, tatuagens feitas com a ponta dos dedos, de maneira indelével e sem nenhuma dor. Podiam ser, um barquinho em alto mar, uma natureza morta, a rota de um avião, o andar de um andarilho ... qualquer coisa que ele inventasse. Talvez algum objeto tentando escapar do redemoinho, se imaginasse o umbigo como um ralo.
Desenhos circulares, sinuosos, sem noção de onde quereriam chegar, apenas portadores de um tocante prazer de proximidade, numa exploração carinhosa do território - o corpo dela, que por extensão também era dele.
Na pele, não ficaram gravados, os traços ou figuras ... mas na alma dos dois, sim ... tudo ficou e para sempre!
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