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INSPIRANDO VIDA
14/02/19
Eu gosto de dançar entre as palavras. Olho no rosto de cada uma delas e escolho as que mais me atraem, de uma forma mais incisiva, da parte delas.
Nosso idioma é riquíssimo, em sinônimos, expressões, efeitos, tudo que me permite, que uma mesma coisa, seja dita de várias maneiras, de forma contundente ou mais amena, de acordo com a minha vontade.
Por vezes, deixa de ser dança, pra ser uma caça, pode ser uma tentativa desesperada de encontrar os termos exatos, de definir uma sensação pra mim mesma - algo que não esteja muito claro aqui dentro!
Eu sempre acho que não vai dar em nada, quando a ideia não está totalmente formada na minha cabeça. Começa tão bobinha, tão trivial e sem graça, que quase a conduzo ao 'arquivo', dos assuntos pendentes, inacabados, desinteressantes.
Nessas ocasiões, eu assisto a pequena partícula, ainda inanimada, ganhar corpo, juntando pedaço por pedaço à ideia primeira, compondo sua silhueta bem definida, roubando vida de cada uma das palavras que acrescento, dando-lhe sentido, até que dentro dessa forma se encarne uma alma.
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