[Textos - 26 - "Espelho" - 08/11/15]
Para que me possas vislumbrar a alma, dependo dos teus olhos...
De como eles enxergam a vida! A
partir do que eles escondem atrás de si mesmos.
Me verás pelas tuas próprias histórias, conteúdos e significados.
Apenas tocarás minha essência ou a compreenderás, se dentro de ti houver meios de fazê-lo. Eu
me revelarei a ti, na medida em que, ou tanto quanto... teus olhos assim permitirem.
Descobrirás em mim teus defeitos, e em mim reconhecerás cada um dos teus
valores, conforme tua própria escala!
Com tuas tintas e pincéis, pintarás a minha imagem, e a modificarás em
ti, quantas vezes forem modificadas as
tuas memórias. Porque só caberá em mim, tudo que cabe em ti, dentro dos teus olhos.
Todo medo, toda raiva, partilhamos, nada é só meu!
Serás capaz de sentir em ti, apenas os sentimentos que já conheces...
Se em mim, morar um que não conheças, esse te passará despercebido e nem
suspeitarás que existe em mim!
Ao falares de mim, estarás falando de ti.
Não te apresses em me julgar ou perdoar...
Primeiro procuras em ti, recursos de o fazer, e quando o fizer, estarás
julgando ou perdoando a ti mesmo!
Lembra-te: que a sentença
proferida a mim, se aplicará a nós dois.
Somos mais parecidos do que podemos supor. Tu e eu, imagens que se justapõem! Quando refletidas no espelho, mal conseguimos separá-las.
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