segunda-feira, 23 de novembro de 2015


                 


                    [Textos -33 - "Árvore sem folhas" -  10/06/14]




      Sou como uma árvore, subitamente sacudida por uma tempestade, que perdeu todas as suas folhas as quais continham vida e se viu, magra com galhos pelados à mostra. 
          De uma só vez, as muitas folhas foram levadas... Não gostei de como fiquei, antes tão exuberante a farfalhar, agora me vejo nua, com duas raízes, uma para dentro da terra e outra que cresce para o céu. 
          Duas extremidades em mim, parecidas, de mesmo formato, mas a de cima tem aspecto e cor de pedra, enquanto que a de baixo, nem sei que cor tem!

          Não gosto dessa monocromia. Quero acreditar que por dentro da pedra existe vida. Sim acredito e sei que a seiva a alimenta, quieta e constante, em pequenas doses, em movimentos ascendentes, criando caminhos que não existiam, transportando e abastecendo o tecido acinzentado.
         O sol está aí e a chuva é para todos! Vez ou outra, alguém vem abraçar meu tronco e então, entre um abraço e outro, troco energias e sinto que não morri.



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