domingo, 8 de novembro de 2015



Percecionar sem rotular
Esta é a realidade da maior parte das pessoas: assim que algo é percecionado, é rotulado, interpretado e comparado com outra coisa qualquer pelo eu ilusório, o ego, que gosta ou desgosta, ou acha bom ou mau. Estas pessoas estão presas às formas de pensamento, à consciência do objeto.
Não podemos despertar espiritualmente enquanto não deixarmos de rotular tudo de modo compulsivo e inconsciente ou, pelo menos, enquanto não tivermos consciência disso e formos capazes de observar este comportamento quando ele acontece.
É através desta constante atribuição de rótulos que o ego continua a ocupar o seu lugar como a mente inconsciente. Sempre que este comportamento deixa de existir ou quando simplesmente nos tornamos conscientes dele, temos espaço interior e já não somos dominados pela mente.
Eckhart Tolle (Um Novo Mundo, pág. 196)








Relacionamentos amor/ódio
A não ser que, você aceda à frequência consciente da presença, todos os relacionamentos, e particularmente os relacionamentos íntimos, serão profundamente imperfeitos e até mesmo disfuncionais. Poderão parecer perfeitos durante algum tempo, como por exemplo quando você está "apaixonado", mas invariavelmente essa perfeição aparente será destruída à medida que começarem a ocorrer, com repetida frequência, as discussões, os conflitos, a insatisfação e a violência emocional e até mesmo física.
Dir-se-ia que, na sua maioria e a curto prazo, os "relacionamentos de amor" se transformam em relacionamentos amor/ódio. O amor poderá então, num abrir e fechar de olhos, transformar-se em ataques selvagens, sentimentos de hostilidade e perda total do afeto. Isto é considerado normal. Então, durante algum tempo (alguns meses ou alguns anos), o relacionamento oscilará entre as polaridades "amor" e ódio, e dar-lhe-á tanto prazer como sofrimento. Não é raro os casais tornarem-se viciados nestes ciclos. O drama fá-los sentirem-se vivos.
Quando se perder o equilíbrio entre as polaridades positiva e negativa e os ciclos negativos e destrutivos ocorrerem com uma frequência e uma intensidade cada vez maiores, o que mais cedo ou mais tarde acabará por acontecer, então não demorará muito o relacionamento chegar ao fim.
Eckhart Tolle (O Poder do Agora, pág.157)

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