1131 | EM GRAFIA E SIGNIFICADO | 07/02/20
Minha eloquência é língua morta, vive por aí, desfilando seu fantasma, esperando ser vista e ouvida, quando na verdade, poucos a veem ou escutam. No entanto há os que escutam e não entendem, os que veem e não a reconhecem. Poucos, muito poucos mesmo, conseguem vê-la e reconhecê-la como sendo algo útil ... muito, muito menos, pouquíssimos, são os que se arriscam a entender do que ela fala - só os estudiosos e interessados no comportamento humano; como só os interessados nas línguas mortas, podem decifrá-las, em grafia e significado.
Meu discurso representa a grafia do que sinto e a forma como falo, representa o seu significado.
Por isso, eu digo: ela é língua morta. Na maioria das vezes, ela só é útil às minhas ideias, porque eu preciso fazer um relatório coerente pra mim mesmo. É necessário que eu ache o fio da meada, pra só assim, poder voltar a enrolá-lo como se deve.
Eu sei que muita coisa se perde, na minha narrativa intensa, é preciso estar por dentro dos motivos e intenções, bem como, pra entender uma certa fúria, que destrambelha as minhas palavras. São sentimentos, que desenvolvem pensamentos, são pensamentos que se exteriorizam em palavras.
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