'UM OLHAR SOBRE O COMPORTAMENTO HUMANO' ___________
31 - PALAVRA QUE CONVENCE, EXEMPLO QUE ARRASTA
Algumas décadas de vivência me foram suficientes pra
que, depois de observar alguns comportamentos, eu os reconhecesse como tóxicos. Esse reconhecimento não foi imediato,
aconteceu com o tempo e com o meu próprio amadurecimento.
De início, um comportamento tóxico pode não ser
percebido e identificado, mas certamente - quando ele se repete muito
insistente numa relação, nos causando mal estar, somos forçados a admiti-lo
como anormal e muito doentio. Antes disso, acabamos por desenvolver uma
tolerância aos mesmos, que nos é maléfica.
O objetivo de um comportamento tóxico é preencher
uma expectativa que se tem em relação à resposta do outro, seja ela de atitudes
ou verbal. Ele ocorre sempre com vistas
à desesperada tentativa de manter o controle sobre o outro, de como ele vai
reagir. A pessoa conhece tão bem o
outro, que sabe exatamente o que deve dizer ou fazer pra atingir o resultado
almejado. A origem desse comportamento
não nos cabe aqui investigar, que sem dúvida podem ser várias.
As investidas são incisivas e ininterruptas, pra não nos dar
tempo de raciocinar. Beirando muitas
vezes à agressividade verbal, com ofensas (as ditas verdades) nem sempre veladas. São pequenos desrespeitos, permitidos por
nós, que vão crescendo de tamanho, até atingir uma proporção tão grande, capaz
de nos esmagar como indivíduos e inviabilizar a relação.
É muito doloroso conviver com alguém assim, porque
ele sente dor e nos faz sentir também.
Cada ‘ataque’ gera uma resposta
em nós, mesmo que não verbalizada – há sempre uma resposta mental, que nos
desgasta da mesma forma quanto se houvesse réplica de nossa parte.
Infelizmente, encontramos esses comportamentos
imaturos dentro dos lares, nas famílias, entre os casais, permeando a educação dos filhos que
crescem inseguros, imaturos e instáveis como os próprios pais - porque a eles
não se ofereceu uma base de carinho, estímulo e exemplo adequados à sua boa formação. Foram oferecidos a eles, modelos falidos.
Encontrado também, nas empresas, nas instituições
religiosas, em todo lugar que houver pessoas e relacionamentos humanos.
Precisamos analisar o ‘por quê’ de estarmos numa
relação tóxica e escolhermos permanecer nela.
Até onde já foi feito o estrago - no caso da educação das crianças nesse ambiente desagradável, nocivo e
patogênico? Há que se correr atrás do prejuízo, como se diz, em vez de termos estado na vanguarda dele. Não adianta chorar, a conta é nossa e não do vizinho!
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