quarta-feira, 22 de março de 2017


'UM OLHAR SOBRE O COMPORTAMENTO HUMANO' ___________
31 - PALAVRA QUE CONVENCE, EXEMPLO QUE ARRASTA




Algumas décadas de vivência me foram suficientes pra que, depois de observar alguns comportamentos, eu os reconhecesse como tóxicos.  Esse reconhecimento não foi imediato, aconteceu com o tempo e com o meu próprio amadurecimento. 
De início, um comportamento tóxico pode não ser percebido e identificado, mas certamente - quando ele se repete muito insistente numa relação, nos causando mal estar, somos forçados a admiti-lo como anormal e  muito doentio.  Antes disso, acabamos por desenvolver uma tolerância aos mesmos, que nos é maléfica.
O objetivo de um comportamento tóxico é preencher uma expectativa que se tem em relação à resposta do outro, seja ela de atitudes ou verbal.  Ele ocorre sempre com vistas à desesperada tentativa de manter o controle sobre o outro, de como ele vai reagir.  A pessoa conhece tão bem o outro, que sabe exatamente o que deve dizer ou fazer pra atingir o resultado almejado.  A origem desse comportamento não nos cabe aqui investigar, que sem dúvida podem ser várias.
As investidas são  incisivas e ininterruptas, pra não nos dar tempo de raciocinar.  Beirando muitas vezes à agressividade verbal, com ofensas (as ditas verdades) nem sempre veladas.  São pequenos desrespeitos, permitidos por nós, que vão crescendo de tamanho, até atingir uma proporção tão grande, capaz de nos esmagar como indivíduos e inviabilizar a relação.
É muito doloroso conviver com alguém assim, porque ele sente dor e nos faz sentir também.  Cada ‘ataque’ gera uma resposta em nós, mesmo que não verbalizada – há sempre uma resposta mental, que nos desgasta da mesma forma quanto se houvesse réplica de nossa parte.
Infelizmente, encontramos esses comportamentos imaturos dentro dos lares, nas famílias, entre os casais, permeando a educação dos filhos que crescem inseguros, imaturos e instáveis como os próprios pais - porque a eles não se ofereceu uma base de carinho, estímulo e exemplo adequados à sua boa formação. Foram oferecidos a eles,  modelos falidos.
Encontrado também, nas empresas, nas instituições religiosas, em todo lugar que houver pessoas e relacionamentos humanos. 


Precisamos analisar o ‘por quê’ de estarmos numa relação tóxica e escolhermos permanecer nela.  Até onde já foi feito o estrago - no caso da educação das crianças nesse ambiente desagradável, nocivo e patogênico?  Há que se correr atrás do prejuízo, como se diz, em vez de termos estado na vanguarda dele. Não adianta chorar, a conta é nossa e não do vizinho!







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