quinta-feira, 16 de março de 2017

PSICOLOGIA _______________________________________

3 crenças patriarcais que impedem as mulheres de se curarem





Poderíamos definir o patriarcado como uma ideologia que se manifesta em práticas sociais que supõem uma desigualdade em preconceito para com as mulheres. Mas, será que esta ordem social e as crenças patriarcais que a sustentam influenciam a cura do gênero feminino? As mulheres sofrem no seu próprio corpo o efeito de uma sociedade ainda patriarcal?
A doutora Christiane Northrup, em seu livro ‘Corpo de Mulher, Sabedoria de mulher’, explica que a cura não é possível nas mulheres enquanto não fizermos uma análise crítica e mudarmos algumas crenças e suposições patriarcais que inconscientemente herdamos e interiorizamos.

“A consciência cria o corpo.”

-Christiane Northrup-



Para começar, a civilização ocidental está inspirada na visão judaico-cristã que considera, entre outros absurdos, o corpo feminino e a sua sexualidade – representados pela figura de Eva – como os responsáveis da queda da humanidade. Nada mais, nada menos.

Com relação à doença, Northrup garante que as mulheres adoecem e maltratam a si mesmas. Além disso, explica que quando ficamos doentes, somos atendidas por um sistema médico patriarcal que muitas vezes denigre o corpo feminino. Christiane destaca três crenças patriarcais fundamentais que impedem a nossa própria cura:

Primeira crença: a doença é o inimigo

Este pensamento nos condicionaria a considerar o corpo como um adversário, especialmente quando nos dá mensagens que não queremos ouvir. É um elemento que pode causar dor, ignorando que pode ser uma fonte imensa de prazer.

Segundo a autora, é inerente a nossa cultura tentar matar o corpo como mensageiro juntamente com a mensagem que traz.

Contudo, o corpo pode se transformar no melhor sistema de saúde que possuímos, sempre e quando saibamos ouvi-lo. Sem entrar no plano sexual, o seu movimento gera endorfinas que nos fazem sentir melhor, com mais vitalidade, com mais energia.

Segunda crença: a ciência médica é onipotente

Esta crença se baseia no mito que nos foi inculcado sobre os “deuses médicos”. Isto é, que os doutores sabem mais do nosso corpo que nós mesmas e, portanto, são os únicos que podem curar com base na informação que possamos lhes facilitar.
Então, esquecemos uma coisa tão óbvia: cada mulher tem a possibilidade de guardar um grande conhecimento sobre si mesma. Neste sentido, a ciência pode ajudar, mas se esforçará em vão se não ouvir o relato da mulher.

Terceira crença: o corpo feminino é anormal

A difamação patriarcal do corpo feminino é a causa subjacente ao medo que muitas mulheres processam com relação ao seu próprio corpo e os seus processos naturais a ponto de sentir repugnância deles. Christiane Northrup nos lembra no seu livro que nenhuma pesquisa científica pode explicar com total exatidão e em todas as circunstâncias como nem por que um corpo em especial age da forma como faz.
Neste sentido, a doutora de emergências Alyson McGregor explica que a retirada de 80% dos remédios nos Estados Unidos se deve aos efeitos colaterais sofridos pelas mulheres. A causa: os animais usados nos laboratórios para pesquisas médicas são machos, assim como as células, criando assim um ponto de referência para a pesquisa médica unicamente masculino.

Se conseguimos desenvolvê-la, a conexão com nossas emoções se transforma no método infalível.

A desconexão emocional como consequência das crenças patriarcais

A cultura patriarcal nos fez adquirir, inconscientemente, hábitos que implicam graves efeitos sobre nossos próprios corpos e espíritos, já que nos impedem de nos conectarmos com nossas emoções para compreender o que realmente está acontecendo. Uma sociedade patriarcal também leva à desvalorização dos sentimentos das mulheres, negando-os ou subestimando-os, o que repercute na sua aceitação.
Muitas mulheres podem sentir vergonha na hora de expressar suas emoções porque correm o risco de não serem levadas a sério ou parecerem frágeis. Esta desconexão, por sua vez, nos manteria em um estado de sofrimento que aumentaria à medida que aumenta o tempo que permanecemos nele.

Como combater as crenças patriarcais?

Um primeiro passo para uma mudança positiva na vida e, mais concretamente, na saúde, é dar um nome à experiência atual e permitir-se senti-la na sua totalidade emocional, espiritual e física.

Quando reconhecemos e colocamos para fora o nosso próprio sentimento emocional, nos conectamos imediatamente com nossos sentimentos. Através deles podemos investigar as necessidades especificas que temos.

Além disso, ao soltar o sofrimento e as preocupações que o acompanham, recuperamos a energia necessária para que o nosso corpo se cure. Também é importante substituir essas crenças patriarcais por outras mais úteis, como a de que o corpo feminino possui uma enorme capacidade para a resistência e a saúde. Em outras palavras, para curar a si mesmo.

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