terça-feira, 28 de março de 2017



  PSI _____________________________  9 - Minhas considerações




 Aprenda a reencontrar-se e a      curar sua criança interior






Crescer, converter-nos em adultos, não é unicamente acumular anos, ver uma ruga no nosso rosto ou acumular bens materiais. Crescer é saber amadurecer com o tempo conservando tudo de bom de cada etapa vivida, de cada ciclo da nossa existência.
No entanto, nem sempre é fácil amadurecer com harmonia e felicidade. Às vezes o nosso ‘eu adulto’ se sente frustrado, cheio de conflitos não resolvidos que nos prendem e que nos afogam, que nos tornam criaturas taciturnas que perderam essa ilusão cotidiana pelas coisas, por quem os rodeia e o que é pior, por eles mesmos.
Na hora de falar da nossa ‘criança interior’ é possível que muita gente ria, que não entenda o seu significado. Algumas vezes associamos a infância a um período de “inocência cega” onde não se entende ainda muito bem como é isso chamado mundo, ou essa entidade chamada vida. Por isso é permitido às crianças um certo toque de loucura, de espontaneidade, porque simplesmente “ainda não sabem”.

Todavia, é possível que saibam muito mais que nós, que disponham de valores que já perdemos. Também dizemos que todos continuamos tendo a nossa criança interior muito escondida, mas, ainda assim, continua sendo ela quem nos permite um certo equilíbrio entre a parte racional e essa outra mais livre, pura e iludida, que continua reclamando amor.

A voz da nossa criança interior
Acreditemos ou não, a nossa criança interior não se foi para dar lugar ao adulto sério que você é agora. Ela ainda vive em você, embora permaneça, na maioria das vezes, oculta e reprimida porque não podemos nos permitir dar saída ao que foi, ao que representa.

A criança interior demanda aspectos que nem sempre sabemos escutar:

Ela lhe pede que não dê tanta importância às coisas, que relativize problemas, que tire esse casco de tristeza e que desenhe um rosto alegre capaz de sair para passear com liberdade.

A sua criança interior lhe pede que cuide dela e a ame. Deseja ser abraçada, mimada, cuidada e converter-se no ponto de atenção da sua vida. Lembra algo? É a autoestima.

– Às vezes, demanda também que você não seja tão exigente consigo, ela lhe pede que relaxe e que preste atenção nas coisas simples que existem ao seu redor, que valorize o básico, as alegrias, ela lhe pede que brinque e que experimente. Pede principalmente que você não perca a ilusão pela vida e por si mesmo. Quer que você seja espontâneo e que tenha coragem.

Não obstante, também há um aspecto vital que não podemos deixar passar. É possível que a sua infância não tenha sido precisamente feliz, que você guarde no seu interior muitas feridas, vazios e lamentos.
Pode ser que as circunstâncias o tenham obrigado a crescer violentamente sem  “desfrutar” dessas dimensões que nutrem toda criança: o amor, o reconhecimento, o vínculo emocional do carinho, do apoio…
Tudo isso faz com que cresçamos com inseguranças, com desconfianças, e com medos que essa criança que nunca pudemos ser nos transmite, essa figura ferida que continua em nosso interior. O que podemos fazer nestes casos? Nós explicamos a seguir.

Reencontrar a si mesmo e curar sua criança interior
Costuma-se dizer que aquele que vive da criação, da arteaquele que sabe viver com o mínimo e entende o valor de presentear sorrisos sem motivo algum, jamais quebrou a união com a sua criança interior.
É possível que os rotulem às vezes de loucos, pela sua espontaneidade, pela sua excentricidade. Ainda que não acreditemos, manter esse cordão umbilical unido a essa criança interior saudável e feliz pode ser, sem dúvida, uma experiência enriquecedora capaz de curar muitas feridas emocionais e de fortalecer a nossa autoestima.
Como podemos curar essa “criança interior”? Anote.
1. Veja-se quando criança, pegue uma fotografia se precisar. É um exercício simples com o qual buscamos fazer você refletir, um ato de introspecção em direção à sua essência do ontem, onde se esconde ainda essa criança que você foi.

2. Pense nessa imagem, traga um momento qualquer à sua memória de quando tinha 7 ou 8 anos. O que você vê? É uma criança desinibida, um pouco barulhenta e sem papas na língua? Pergunte-se se você continua sendo a mesma pessoa. Você vê uma criança que abraça os seus pais? Relembre esse amor.
Observe talvez uma pena do passado, uma ferida dolorosa? Então aceite-a e perdoe; você se sentirá mais livre. Você deve aportar calma a essa lembrança, um equilíbrio onde não haja ressentimento e que lhe permita viver em paz.
3. Continue em sua visão pessoal e estabeleça agora um diálogo com essa criança. Com esse você infantil. Você deve estabelecer uma união forte com ele, pergunte-lhe o que necessita agora para ser feliz de novo, atenda as suas palavras, os seus pedidos.
Você deve convencê-la de que vai atendê-la melhor a partir de agora, de que vai amá-la, vai cuidar dela, que juntos vão avançar com novos sonhos, relativizando problemas, rindo, sendo mais puros e não reprimindo essas necessidades tão básicas.
Segure-a bem forte pela mão e não volte a perdê-la.



  9  _______________________________ Minhas considerações

Nossa criança interior é sábia.
Não devemos fazê-la calar e sim deixá-la falar.
Nunca negar-lhe amparo.



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