quinta-feira, 16 de março de 2017

PSICOLOGIA ________________________________________

É importante escutar as crianças quando ainda são pequenas





Escute com atenção qualquer coisa que as crianças lhe disserem, seja o que for, porque para eles é muito importante serem ouvidos. Seus interesses, seus entusiasmos, seus sentimentos, suas descobertas, suas emoções, seus pensamentos, seus sucessos, sua evolução.
Há uma citação de Catherine Wallace que deveria ser tatuada na nossa pele: “Escute com atenção qualquer coisa que seus filhos queiram dizer-lhe, sem se importar com o que seja. Se não escutar com entusiasmo as pequenas coisas quando ainda são pequenos, não lhe dirão as coisas grandes quando crescerem. No fim, para eles, serão sempre coisas importantes”.

Expressam-se com incontáveis palavras, olhares, gestos… Tente deixar seu celular ou seu tablet de lado enquanto eles estão brincando e então perceberá que eles o procuram com o olhar centenas de vezes, buscando sua aprovação, sua cumplicidade, sua atenção.

Na hora da refeição as notícias mais importantes são as que as crianças nos contam

Estamos tão acostumados a deixar para depois o que as crianças nos dizem que não nos damos conta de que na hora de comer o que é verdadeiramente importante não é o telejornal, mas sim as coisas que nossas crianças têm para nos contar.
Por mais insignificante que pareça, para uma criança tudo que a rodeia é mágico; mesmo assim nós adultos não nos damos conta disso por causa da perda da capacidade de nos impressionarmos, porque não nos definimos pelo que podemos aproveitar, mas sim pelo que é útil para nossa rotina e nossos comportamentos padrões, como se fossemos robôs com objetivos inflexíveis.
Prisioneiros da pressa, não somos úteis para nossos filhos, não oferecemos para eles nossa ajuda e companhia porque não respeitamos seus momentos e espaços, porque não conseguimos sintonizar e ser pacientes, guiá-los com suavidade e sem nos entediarmos.

Escute as crianças e fale com elas

O modo como falamos com nossos filhos importa muito, não há dúvida. Se falarmos com as crianças com afeto e nos esforçamos para manter uma comunicação compreensiva com eles, obteremos um crescimento potencializado que nos permitirá falar e escutar de forma correta.

1. Como temos que mudar nossa forma de falar para facilitar a expressão dos sentimentos

Como já apontamos em outras ocasiões, há uma relação direta entre como se sente uma criança e como ela se comporta. É uma regra simples: se uma criança se sente bem, se comporta bem. Nós somos a chave desse processo e podemos ajudá-las a alcançar o bem-estar. Como? Aceitando seus sentimentos e tratando de não enviar mensagens do tipo:
  • Não está cansado, só está com um pouco de sono.
  • Não há motivo para se sentir assim.
  • Não está calor, não tire o casaco.

Parece duro, mas se imaginarmos o que pode ocorrer com a mente humana a partir da negação de nossos sentimentos, provavelmente perceberemos que deixaremos de confiar na nossa capacidade de sentir e de nos expressarmos.


A chave para um bom desenvolvimento evolutivo é que sintonizemos com nossos filhos e passemos a enviar outro tipo de mensagens: “você está cansado apesar de ter tirado uma boa soneca”, “vejo que hoje você está bem agitado”, “eu sinto frio mas estou vendo que você está com calor", etc.
Ou seja, trata-se de desenvolver sua capacidade empática através da nossa, de permitir que eles sintam e de validar seus sentimentos e emoções. Como? Prestando atenção, mantendo o interesse pelo que nos contam, trabalhando para que se valorizem e se compreendam.

2. Os elogios, outro tema importante

É habitual que esqueçamos de parabenizar nossas crianças quando fazem as coisas bem. No entanto, devemos ter em mente que o diálogo interno que fomentamos assim é pouco saudável. Como podemos pretender que as crianças não façam coisas erradas se quando fazem algo corretamente dizemos que não fazem mais que sua obrigação?

3. Quando queremos ter cooperação

Quando queremos ter cooperação geralmente temos a tendência de emitir mensagens autoritárias. Muitos de nós nos reconheceremos nas frases a seguir:

  • Não faça isso.
  • Não coma com as mãos.
  • Não brinque com a água.
  • Faça sua tarefa.
  • Lave suas mãos agora mesmo.
  • Acabou a brincadeira, vá para a cama.

Como consequência, é natural que a atitude das crianças acabe se transformando em um constante desafio, de modo que explicita ou implicitamente nos transmitem aquilo de “eu faço o que eu quiser”. Para isso respondemos: “fará o que eu quiser”, escalando no conflito e prejudicando a construção de uma relação saudável.
Assim que, de novo, o que temos que mudar é nosso discurso, procurar deixar de culpar e de acusar nossas crianças porque sujaram o chão, ou deixaram marcas no vaso de cristal. Desse modo, tudo aquilo que transmita julgamentos (é bom, é ruim, é bonito, é feio…) será idealmente eliminado de nosso vocabulário habitual. Há muitas formas mais saudáveis de educar.

Nossas crianças devem entender que não nos define o fato que nos comportarmos melhor ou pior. Para todos nós é hostil receber ameaças, ordens, julgamentos e advertências.

Por isso, quando quero obter cooperação e fazer a criança entender que pode fazer algo de um jeito diferente e as razões para tal, podemos fazer isso da seguinte forma:
Descrever como é o que está fazendo ou o problema que existe (Em vez de “Quantas vezes tenho que te dizer que apague a luz do banheiro” é melhor que digamos “A luz do banheiro está acesa”)
Dar a informação específica sobre o que está acontecendo (Em vez de “Quem tomou o leite e deixou a garrafa fora da geladeira?” é melhor que digamos “O leite estraga fora da geladeira”)
Pedir com poucas palavras, de maneira simples, concisa e positiva (Em vez de “Pare de brincar e vá dormir” seria algo como “Maria, você não gostaria de colocar o pijama”)
Falar de seus sentimentos (Em vez de “É o mais chato do mundo”, é melhor dizer “Não gosto que gritem comigo para pedir as coisas”)





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