Uma mãe não é uma melhor
amiga: é uma mãe
Existem pessoas que
consideram que o melhor relacionamento que poder existir entre uma mãe e sua
filha é o de “melhores amigas”. Contudo,
esta
situação pode acabar favorecendo a aparição de uma rivalidade mútua, a perda de
respeito, a confusão de papéis, e inclusive a invasão da privacidade.
Os filhos precisam de um adulto
que lhes dê o exemplo, que seja uma referência de autoridade e de respeito. Que os orientem e lhes deem proteção e apoio, para que estejam em
posição de manifestar essa estabilidade emocional e a saúde mental que tanto
requerem e que outorga uma ordem à sua existência.
O problema desse tipo de relacionamento
esbarra no fato de que o limite saudável desaparece no relacionamento
mãe-filha. A princípio este vínculo precisa ser de acompanhamento e
educacional, mas uma aparente amizade pode transformá-lo em
um elemento controlador e super protetor. Isto faz com que não se
possa construir um modelo de respeito e autoridade, porque a mãe é percebida
como um par.
Neste tipo de relacionamento, insana e
confusa, cria-se uma elevado nível de insegurança na filha,pois as
decisões dela ficam sujeitas ao conhecimento e à aprovação da sua progenitora,
que do contrário se sente decepcionada. Este sinal de superproteção tem
um resultado nefasto no desenvolvimento da personalidade da filha, pois gera
uma dependência nociva entre as duas.
As diferentes
formas de ser mãe
Quando a figura de autoridade não
é entendida com clareza pela filha, ela terá uma sensação de falta
de proteção. A autoconfiança será
abalada. Ela duvidará quando tiver que tomar decisões e isso comprometerá a sua
aspiração de independência.
Que o relacionamento mãe-filha não seja
de amigas em nenhum momento significa que não possa ser próximo e enriquecedor
para ambas. Mas uma coisa é serem amigas, e outra muito diferente é
serem mãe e filha. Sem dúvida, uma boa mãe sempre procura o melhor
para a sua filha. Contudo, isto não lhe dá o direito de invadir a sua
privacidade, com a desculpa de se aproximar da sua filha como uma amiga.
É fundamental compreender a origem
desse fenômeno. Na maioria dos casos, este comportamento por parte da
mãe evidencia conflitos emocionais relacionados à dependência. E em
alguns casos, esses conflitos vêm acompanhados de depressão e temor de que a
filha repita os seus mesmos erros. Neste sentido, a mãe é obrigada a resolver
tais conflitos por conta própria ou com a ajuda de um profissional.
Como melhorar esse
relacionamento?
As filhas sabem que não necessariamente
precisam obedecer suas amigas. Por esse motivo uma mãe precisa ser amorosa, mas
ao mesmo tempo firme. Além disso, uma filha não tem por que saber de
todos os problemas íntimos da sua mãe. Isto acarretará temores
infundados, tristeza e confusão com respeito à relação dos seus pais.
O melhor é que este tipo de
relacionamento seja transparente. É importante construir a confiança de
forma espontânea, e não como uma imposição. Do contrário, cria-se um
estado de angústia e desconfiança permanente, que resultará em um desgaste
emocional inútil que pode ser evitado.
Por outro lado, tanto mãe quanto filha,
se detectam possíveis problemas uma na outra, devem manifestá-lo. Não é
saudável calar o que pode estar incomodando. É preciso expressá-lo,
sempre com um clima de sinceridade e respeito. Desta forma o
relacionamento será saudável e livre.
O que ambas
precisam aprender
A filha precisa entender, especialmente
se for menor de idade, que haverá decisões sobre a sua vida que a sua mãe deverá tomar. Imagine a fúria que
despertaria o fato de que essas decisões fossem tomadas por uma amiga. O que
pode ser perdoado de uma mãe, talvez não se possa perdoar de uma amiga.
Os mal-entendidos entre mães e filhas
sempre podem ser remediados. É fundamental saber escolher o momento para
fazê-lo. Ao afeto e a confiança correspondidas só é necessário
acrescentar um pouco de bom senso para resolver as diferenças ou
possíveis desgostos que tenham surgido entre as duas.
É importante que a filha aprenda a
solucionar os seus problemas e assim ganhe independência. Que saiba que a mãe estará sempre ali, para
apoiá-la e aconselhá-la, como só uma mãe sabe fazer. A filha também precisa
entender que existem aspectos da sua vida que pode guardar para si mesma. Que
não é bom adentrar demais na intimidade, porque cada uma tem a sua própria
história e o seu próprio caminho a percorrer.
A mãe veio 'antes' da filha, ela tem todo um histórico de vida, portanto ela tem o seu lugar, diríamos assim na hierarquia, está acima da filha e não pode se colocar no mesmo'patamar'.
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