Nem um pouco afeito à poesia, poema, verso ou prosa
... muito nenos às letras! Afeito? Só aos números!
Desde que grandes, necessariamente concretos
e que encham as mãos!
E tenham formas volumosas ... aí sim, ele entende!
Ele até junta as letras, mas depois não sabe
o que fazer com as palavras, não compreende,
não as retém ... nada significam!
Ela? Poesia ... mulher de letras!
Ele? Capital e real ... homem de números!
Números e letras combinam em cabeçalhos de cartas - as antigas, relatórios, obituários, listas de compras, diários de classe também antigos, em abaixo-assinados, orçamentos ...
Em poesia? Nada a ver, nem mesmo nas modernas!
Letras são puro sentimento que não se convertem
em números ... em símbolos talvez
... em flores, em declamações!
... em flores, em declamações!
Mas nunca - em gráficos, cálculos, rendimentos!
As letras descrevem situações, emoções!
Pintam quadros, provocam aplausos, lágrimas!
Os números viram ... escalas, figuras 3 D - frias!
Uma pequena soma pode comprar de tudo
o que uma boca precise pra se manter
... mas não o que essa alma almeja pra viver!
Uma grande soma pode até adquirir
(se assim quiser seu orgulho e se a ‘sovina’ permitir)
... uma bela casa, ostensiva, pra residir
... mas nunca a transformará em lar pra se conviver!
Uma cama de números pontudos, pra ela
... se assemelha a uma outra de pregos!
E uma feita de letras, pra ele é inexistente, porque sabe
que não lhe aguenta o peso, não é material pra isso
... jamais se deitará numa cama dessas!
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