COMPLEXO DE INFERIORIDADE: ENTENDA O QUE É E SAIBA COMO SE LIVRAR DELE
... A denominação “complexo de inferioridade” foi criada por Alfred
Adler (1870-1937), médico psiquiatra, para designar sentimentos de
insuficiência e até incapacidade de resolver os problemas, o que faz com que a
pessoa se sinta um fracasso em todos, ou em alguns aspectos de sua vida. É o
que hoje chamamos de baixa auto-estima, que é quando não se tem consciência de
seu valor pessoal. A baixa auto-estima pode comprometer todos os
relacionamentos, seja pessoal, profissional, afetivo, familiar, social. Esse
complexo pode ter origem na infância, especialmente em três situações especial
que tendem a resultar no complexo de inferioridade:
Rejeição: A criança não encontra na família o apoio necessário para seu desenvolvimento emocional. Muitas vezes, uma gravidez indesejada por exemplo, pode resultar na falta de amor, na falta de compreensão, na falta de carinho – fatores essenciais para a criança desenvolver a confiança. Ou seja, se ela não sente confiança em suas habilidades e não se sente digna de receber amor e afeto dos outros, quando adulta, a tendência é que ela venha a se tornar uma pessoa mais fria, dura, ou extremamente carente e dependente da aprovação e reconhecimento de outras pessoas. Quanto mais necessidade de ser aprovado e reconhecido pelo outro, mais se desenvolve a necessidade de agradar. Isso faz com que as pessoas deixem de ser elas mesmas, tornando-se o que os outros gostariam que ela fosse, ou o que pensa que gostariam, reforçando cada vez mais o sentimento de inferioridade, pois não satisfazem a si mesmas.
Mimo: O contrário da falta de afeto também pode
resultar em complexo. Isso porque uma criança excessivamente mimada e/ou
superprotegida pode desenvolver um sentimento de insegurança, por não
sentir confiança em suas próprias habilidades, uma vez que os outros sempre
fizeram tudo por ela.
Inferioridade Orgânica: Refere-se a inferioridade por conta do
aspecto físico, seja ele uma doença ou enfermidade, ou ainda um excesso de
peso, por exemplo. A criança que sofre com esse tipo de ‘preconceito’ tende a
se isolar, até mesmo por conta de bullying. E isso acontece justamente como
fuga da interação com outras crianças por um sentimento de inferioridade ou
incapacidade de competir com sucesso com elas.
Como se Livrar do
Complexo de Inferioridade?
Agora que somos adultos e temos como avaliar tal
situação, cabe a nós mesmos reverte-la para encontrarmos a felicidade pessoal.
A melhor forma é procurar ajuda especializada, como um psicólogo por exemplo.
No entanto, atitudes simples podem ajudar no seu equilíbrio emocional:
– Evite comparações. A principal característica do complexo de
inferioridade é ficar se comparando com outros, ou comparar o seu
relacionamento com os de outros. A verdade é que essa comparação nunca é
positiva e não vai te fazer se sentir melhor, pois as pessoas são diferentes,
possuem necessidades, desejos e históricos de vidas diferentes. Então, quando
esse sentimento de comparação chegar, exercite seu cérebro para tomar o
controle e mude o caminho de seus pensamentos. A primeira etapa é justamente
ensinar a mente a mudar o caminho do pensar.
– Compreenda seu histórico de vida e a origem de
seu sentimento de inferioridade.Por
qual motivo se sente inferior? Não desista, compreenda suas dificuldades e
procure enfrentar cada uma delas. Para isso, faça uso de outras ferramentas
para olhar a situação. Como você está acostumado a ter esses pensamentos de
inferioridade, seu cérebro já anda nessa direção. Então, identificando este
percurso, procure agora analisa-lo por outros ângulos. Descubra dentro de você
o porquê das coisas, vasculhe sua infância e entenda que só você tem o poder de
fazer diferente.
– Enfrente o medo. É importante lidar e enfrentar o medo que as
pessoas ou situações provocam e compreender que a percepção de si mesmo está baseada
na conseqüência de fatos que já passaram. Você não pode mudar seu passado, mas
pode mudar seu presente para alcançar o futuro que almeja.
– Reconheça seu valor. Perceba que seu valor enquanto pessoa não
pode e nem deve ser baseado na maneira como foi, ou ainda é tratado, ainda que
isso tenha durado toda sua vida. Não permita mais ser desrespeitado ou
maltratado. Lembre-se ainda que seu valor deve ser baseado pelo que é e não
pelos bens materiais que possui. Imagine o que quer ser. E faça ser.
– Identifique suas necessidades emocionais. O que você espera receber dos outros pode ser
aquilo que não recebeu quando criança de seus pais. Não espere receber dos
outros o que só você mesmo pode se dar.
– Aprenda com os erros. Não fique se punindo por ter errado, nem se
acomode nas situações. Saia de sua zona de conforto e mude o que deseja!
– Valorize sempre suas conquistas! Pare de supervalorizar o que o outro tem ou
faz e desvalorizar as próprias conquistas. Celebre sempre!
– Faça psicoterapia. Não é porque está em último lugar, que é
menos importante. Na verdade, a psicoterapia deve ser o primeiro passo para
tudo. O autoconhecimento obtido através do processo da psicoterapia poderá
fazer com que reconheça seus reais valores e liberte-se do complexo de inferioridade
que acorrenta e aprisiona.
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