quarta-feira, 4 de novembro de 2015






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"Há muitas vidas, quando as mulheres eram reconhecidas na sociedade por sua sabedoria e sua capacidade curadora, nos sentávamos em grandes círculos cada lua cheia para falar sobre os problemas das nossas comunidades. 
Intercambiávamos plantas e saberes, todos eram os nossos filhos e todas eram nossas irmãs.
Nessa altura, reconhecíamos uma energia feminina que nos guiava, uma grande mãe, podíamos vê-la manifestada na lua ou na terra. 
Nos referíamos a ela como "a Deusa", o princípio feminino e nutridor. 
Também reconhecíamos a força masculina, a energia do sol e a ação, ambas sagradas por igual.
Nós nos costumávamos chamar filhas da lua.
Saíamos juntas a colher plantas e a semear. 
Dentro da comunidade tinha cantoras, mulheres medicina, cozinheiras, tecedoras, contadoras, ceramistas, bailarinas, pintoras, também existiam " as sábias " que podiam ter acesso ao mundo do espírito e " as sonhadoras", que podiam enviar mensagens através dos sonhos.
Ainda me lembro dos aromas das ervas secando na cozinha dos lares, pendurados no teto em pequenos ramalhetes. 
Lembro-me das mulheres da minha família sentadas face ao fogo em uma noite fria, com um caneco de sopa na mão, contando histórias que ouviram de seus avós.
Há muitas vidas, quando soubemos que todo esse conhecimento iria adormecer, que vinham tempos de mudança e de escuridão, comprometemo-nos a recordar, nos agendamos biologicamente p/ despertar quando o perigo tivesse passado." ~ Fragmentos de Luna Celta -cap 1-
(colhido no mural de Círculo Sagrado de Lobas)

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