859 __ ENTRE O MEDO E A BUSCA __ 03/01/19
Quando passo alguns períodos sem escrever nada, sem ter uma única ideia que preste, eu me preocupo com minha eloquência mental, que de costume não cabe na cabeça e precisa ganhar registro.
Eu me faço sempre a mesma pergunta: se algum dia, terei esgotado as minhas palavras, todas, e sem mais nada a dizer, terei me calado, em definitivo.
Essa ideia me assusta, mas não tanto, como a de querer dizer e não conseguir fazê-lo, pelas mãos que não me obedeçam, ou por outra capacidade que me falte, esse é - o medo que realmente me assombra: sentir e não poder expressar o sentimento.
Como já andei mais rápido do que ando hoje, como já pensei mais descontrolado do que penso agora, acho que em algum momento, eu vou diminuir a quantidade das palavras, enxugar em números, mas ainda assim falarei, com mais propriedade, juízo e clareza - eu espero!
Por estar a todo instante, a soprar e a dar forma, com a minha boca, submetendo ao rigor do fogo, o recipiente de vidro que me contém, a moldar e re_moldar um espaço confortável, em que eu possa habitar, permanecerei na contínua busca da perfeição, 'daquela' que me é dado e permitido conquistar.
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