Ele sorriu pra mim. Não me mostrou os dentes, mas vi que sorriu.
Eu tímida, correspondi ao seu gesto, meio envergonhada e ainda duvidosa, de que deveria fazê-lo.
Me arrisquei, expondo-me!
Posso dizer que o fiz, numa 'indução voluntária'? ... se é que isso existe!
Igualmente, não lhe mostrei meus dentes, mas sorri de volta e ele continuou a sorrir-me.
Não me importei se era dia ou noite, se fazia chuva ou sol, se era verão ou inverno, se eu estava de boa ou não, o que importou foi a minha retribuição óbvia, a um gesto tão puro!
'Copiei' a sua boca, imitei seu gesto. Pois gentileza gera gentileza, um sorriu pro outro ... e o outro sorriu pro um.
E que mal faz, sorrir de volta? Não me tira nenhum pedaço, nem diminui minha dignidade, porque afinal, o momento é fugaz. Devo sorrir enquanto é tempo e enquanto posso!
Mal suspeitei eu, que parte de mim precisava ardentemente daquele sorriso ... e que também não sabia: que retribuir a um sorriso, pudesse ser tão bom!
Começou bem acanhado, depois apressei-me num riso aberto, pois temia que ele se fosse, e se demorasse um bom tempo pra voltar.
Tive medo de que ele, como pássaro liberto, batesse asas em busca de outro galho pra fazer o seu ninho e só retornasse na outra estação.
Eram dez horas, os ponteiros desenhavam um sorriso na cara do relógio.
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