806 __ ALENCAR E A BOCA DE IRACEMA __ 22/10/18
O que diria o Alencar agora, ao ver seus lábios roxos?
Como bom romancista (até na morte), é muito provável que dissesse, mais uma vez ainda - que são lábios de mel!
Sem dúvida, ele não os chamaria de roxos. Na sua tendência de 'dourar a pílula' e vestir a verdade crua, só podia mesmo, ter morrido da maneira mais romântica para a sua época - de tuberculose.
Eu os chamaria de roxo beliscão, lábios de hematoma, ou de mortos, qualquer coisa que mais se aproximasse, de como os vejo na realidade.
Nada contra o Alencar, sua maneira de se expressar. Sem contestar a verdadeira aparência dos lábios de 'Iracema', nem desmerecer o romantismo.
Talvez ele apenas seguisse sua escola literária; quem sabe os lábios de Iracema parecessem a ele, feitos de mel, de verdade.
A questão toda é, que vendo seus lábios, eu me lembrei de uma aula de português, justamente quando estudávamos o romantismo.
Na minha santa ignorância e inocência, eu não entendia o que caracterizava tal escola. Pedi então à professora, que me desse um termo pelo qual eu pudesse substituir 'lábios de mel', usado pelo Alencar, ou seja, uma outra maneira de dizer o que ele quis dizer, fora de sua linguagem romântica.
Ela me respondeu: "ele diria lábios roxos". Eu entendi na hora.
José de Alencar é considerado um dos maiores expoentes do romantismo no Brasil.
Suas principais obras indianistas foram: O Guarani (1857), Iracema (1865) e Ubirajara (1874).
A despeito de ter morrido com apenas 48 anos, vítima de tuberculose, José de Alencar foi um ávido escritor e dono de uma vasta obra. Escreveu romances (urbano, indianista, regionalista, histórico), crônicas, críticas e teatro.
https://www.todamateria.com.br/jose-de-alencar/
Nenhum comentário:
Postar um comentário