quarta-feira, 3 de outubro de 2018

791 __ FOI/NÃO FOI __ 03/10/18





Apesar de saber que mereço o que tive, 
sinto falta do amor que não veio.  
Além de tudo ter seu tempo, 
eu queria  umas horas a mais, um tempo maior.
Umas horas a menos, um tempo menor, às vezes.

O beijo não dado, incomoda mais que todos que eu dei.  
Existe saudade daquilo também, que não vivemos.  
Digo, que ficou na 'saudade da intenção', 
do que 'quase foi'! 

Uma lembrança pode ser doce ou amarga, 
e sua saudade terá um gosto parecido.  
Uma saudade de 'lembrança concebível', 
não tem gosto nenhum, nem doce nem amargo. 
A língua da memória não consegue definir o que sente.  
Nesse caso, lembrança e saudade são fictícias, 
não saíram do mundo das ideias,
para serem sentidas no mundo real.
Garanto, que o são, no quimérico.
Isso é fato!

E eu digo a mim mesma:


Pare de sentir, pare de se lembrar,
do que foi concebível, imaginado,
sem deixar de ser especulação mental,
fruto de imaginação fértil,
por mais que grite, nada diz,
não é real, nem efetivo,
nunca ganhou o mundo das formas!

Vou insistir nessa repetição,
talvez ela me convença, um dia, ou não!
Eu seguirei sentindo e tentando.
Receio que, real e irreal, 
venham se confundir em minhas lembranças!

Mil vezes, ter saudade do que foi, 
do que lamentar, o que nunca foi!

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