Caminho e busca, são coisas certas nas nossas
vidas. Ele - penoso e secreto, ela - instigante, árdua e eterna, epopeia e desgraça.
Caminhos nem sempre são retos, às vezes tentamos
seguir as ‘migalhas de pão’ - esquecidas pelos bicos dos pássaros
famintos - e nos perdemos na floresta.
Andar por eles, é como galgar os lances das escadas
da torre mais alta da igreja e de lá me precipitar às pedras da rua.
Ou ceder à força que me arremete ao fundo do
inferno, de onde devo ascender.
O encontro é sempre fugidio e incerto - a cenoura a
frente do coelho, a uma certa distância, que o faz correr. A mim, me faz
caminhar, em sua direção - e caminhando me deparo com outras coisas,
sentimentos e situações que não previ.
Mesmo quando espreito por detrás da porta que eu
mesmo fechei – por raiva/medo ou coragem - estou eu, no meu caminho - e busco -
sem saber o quê.
Nem quando encosto meu nariz no vidro gelado das
janelas, e apenas olho o mundo com olhar de observador, faço uma escolha, breve
mas faço - ainda caminho.
Se conto os meus saltos na vida, ou se contabilizo
as pedras, ainda assim estou na busca.
O encontro? Só Deus é quem sabe!
Encontrar o que busco é bem improvável, porque
quando saí a caminhar, meu propósito era ‘um’, mas nas quebradas sinuosas da
estrada, ele já não é mais o mesmo, ou talvez pelas mesmas quebradas, eu tenha
me afastado dele, ou ido ao seu encontro.
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