arte | seraphima blondaski |
Houve um tempo em que eu via flores onde elas não existiam.
Hoje, eu valorizo a semeadura e o meu tempo de colheita, pois é preciso um solo capaz de acolher as sementes e acobertar-lhes o milagre da transformação.
Porque há terrenos áridos que sequer farão germinar uma semente, antes que se corrija suas deficiências de solo, remexa a sua terra e que sejam devidamente aguados.
Como não tenho meios de adubá-los, remexê-los e fazer chover sobre eles, eu as guardo.
Persistir no cultivo desses locais é desperdício das próprias sementes, do meu tempo e do meu empenho sob sol escaldante.
Eu abri mão dos jardins imaginários em favor dos possíveis.
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