O processo da inspiração é semelhante a um parto natural.
No devido tempo, as entranhas convulsionam e o fruto maduro, rompe os portais da obscuridade, se dando à luz.
Nesse processo, fórceps e bisturis são ineficazes e impotentes, quanto a trazerem à vida, pela força, algo que não está pronto.
A gestação e o nascimento se dão, num movimento de dentro para fora, até o amadurecimento espontâneo e completado, sob condições adequadas - e só debaixo delas. A magia desconhecida, aplicada às mais puras substâncias, no laboratório sagrado, pela ânsia da vida que impulsiona seguir para frente.
Todo parto natural, carrega consigo suas dores intrínsecas, mas também garante contemplação prazerosa, das feiçõezinhas da criatura, adormecida no berço da criação.
Com o passar do tempo, a inspiração se especializa em parir ... e a cada nascimento, percebe o dom maravilhoso de que é possuidora: trazer vida à vida, a despeito da dor sentida, em todas as vezes.
Sempre, e em todos os casos, um processo involuntário, muito embora de profunda doação e devoção.
Entrega à posteridade, seus rebentos, como mãe orgulhosa de si, para que estes vivam vida própria.
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