sexta-feira, 3 de agosto de 2018

SENSOR E CENSOR  __ 744



Seu sensor eficiente, instalado na nuca, vive constantemente ativado.  Quem é que precisa ver para detectar algo, se possui um radar potente, que lhe informa a exata posição do alvo?  Mesmo porque, os olhos pouco vêem - no sentido de não enxergarem o que vai dentro.

Depois de localizado o alvo, é hora de entrar em cena o censor, que caminha altivo e enérgico, com ares de importância na sua indumentária diferenciada. De pés firmes, vai em direção aos degraus, que o conservam acima dos demais.  

Carrega debaixo do braço, o seu particular e taliônico código penal - com todas suas regras exclusivas e bem peculiares.

Já assentado em seu posto de autoridade, do alto de seu poder, baterá o martelo, anunciando a sentença ácida, nunca a favor de ninguém, senão a seu próprio.

Deliberando, segundo a gravidade das infrações contidas em seu livro, aplicará as sanções correspondentes aos crimes -  condenará ao despertencimento merecido, e executará a sentença, ele mesmo.

Refutará qualquer ideia que não se encaixe em suas estreitas leis, relegando ao exílio, para bem longe de si - o que lhe é estranho.

Pois são seus, a caneta, o martelo e a chibata -  simbolizando os três poderes.


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